quinta-feira, fevereiro 24, 2005

manhãs feridas


preciso de manhãs feridas de sol-posto
livres como mãos, leves, de poemas,
preciso do contrário de contrários,
preciso do precisar destes dilemas.

quero estar na pele em que se vive
vida, a lida, que sempre pressenti
moldar a luz de quadrantes vários
do impreciso amor que vem de ti.

preciso de tanto, amor,
de amor que não preciso.

mariagomes
junho.2003

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Podes entrar ; tenho as mãos para dizer o disperso canto das águas. Os meus olhos, alagados pelo grito das árvores, são lúcidos ao início do sol. Com o amor das coisas, rejubilo e lanço os braços a um rodopio doce e futuro, a uma tempestade humana. Tudo o que eu espero é sentir o elo da criação que se move, entre mim e ti, e a claridade. ____________mariagomes
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