terça-feira, fevereiro 21, 2006

as aves morrem branquíssimas nas paredes
de torpor

e quando o vidro roça um vento que se basta
oh meu amor
os dias debruçam-se a candeias rubras que me afastam.

mariagomes
20fev.2006

domingo, fevereiro 19, 2006



Desculpem a súbita mudança de ritmo! Mas não podia deixar de vos dar a conhecer uma obra que vem do sul do pacífico. Nas minhas arrumações e desarrumações na música, descobri este cd que é resultado de um trabalho de 10 anos efectuado por David Fanshawe, compositor, fotógrafo, coleccionador de música étnica, personagem cinematográfico e da televisão.
Quem aprecia este "estilo" ( como eu ) vai gostar de ouvir monumental recolha.


A importação e distribuição em Portugal é ( ou foi) de mc/ mundo da canção, Porto, e o título do cd é " Music of the South Pacific", recordings by David Fanshawe, ARC Music Productions Int Ld. Product of United Kingdom, 2002.

mariagomes

quarta-feira, fevereiro 15, 2006

onde o grito doa
inventa outra palavra até o argênteo

porfia o campo que imprevisto voa.

mariagomes
15fev.2006

domingo, fevereiro 12, 2006


" vivo", fotografia de mariagomes
lavar a palavra
lavá-la na ambiguidade da veia tumular do vocabulário
ante um credo somado à imagem da cicuta.

mariagomes
fev.2006

sexta-feira, fevereiro 10, 2006

as caves apressaram-se há muito tempo
o chão rebenta
recrudesce

tu sabes
a todo o momento
o gongo de uma seara amarelece nas tuas mãos
violetas

afeiçoas-te à decisão outonal de não dizer.

mariagomes
fev.2006

terça-feira, fevereiro 07, 2006

queria que nascesses da lua a deslumbrar as janelas
dantes um poema ardia dentro de ti

como uma expressão cabendo descalça
alagava-me os lábios
queria também que nesta terça-feira dia 7 de Fevereiro
não houvesse sirena única que me dissesse
o mar bateu cem vezes
em vezes por ti chamou
os pescadores foram à terra degolar a fome
porque na terra pai as alvas dilatam a memória

e agora a memória está outra vez a bater no mar
contra o silêncio das coisas obscuras.

mariagomes
7 Fev.2006

domingo, fevereiro 05, 2006

tendem para uma religiosidade transitável
mas eu não sei para onde nos levam as palavras

por vezes vejo-as detonarem a agudeza do sangue


como aves a povoarem
devagarinho
o retumbar da marimba da ressurreição.


mariagomes
fev.2006

quinta-feira, fevereiro 02, 2006

desisto do brilho dos astros, das cascatas de pedra
do céu etereamente louro.
vou por aí, sem dizer nada, aludindo com os olhos.
desisto de aferir a noite perdida, de procurar as rosas,
ouvir a carne,
de permanecer entre a dor e um abismo.

se vires, meu amor, o silêncio levar a água aos gerânios
será a minha sede morta, ou viva.

mariagomes
2 de Fev.2006
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Podes entrar ; tenho as mãos para dizer o disperso canto das águas. Os meus olhos, alagados pelo grito das árvores, são lúcidos ao início do sol. Com o amor das coisas, rejubilo e lanço os braços a um rodopio doce e futuro, a uma tempestade humana. Tudo o que eu espero é sentir o elo da criação que se move, entre mim e ti, e a claridade. ____________mariagomes
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