quarta-feira, julho 18, 2007

O Poema



A tarde cai,
silenciosa,
morosa...

Na alma do poeta,
o poema,
estranha rosa
rubra e preta,
abre...

Afinal,
escrever um poema
é fixar uma pena
sentindo estoirar
o calibre
do coração,
nostálgico do éden...

-Vá, poeta,
deixa o coração sangrar!

Para quê negar
a esmola que te pedem?

Saul Dias*

(in 800 anos de poesia portuguesaedição circulo de leitores, 1973)

*Saúl Dias nasceu em 1902 e faleceu em 1983.Saúl Dias é o pseudónimo literário do pintor Júlio Maria dos Reis Pereira, irmão do poeta José Régio. Licenciado em Engenharia Civil pela Universidade do Porto, foi pintor, poeta e desenhista. Colaborou na revista Presença com produções literárias, pinturas e desenhos.

[fotografia de mariagomes]
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Podes entrar ; tenho as mãos para dizer o disperso canto das águas. Os meus olhos, alagados pelo grito das árvores, são lúcidos ao início do sol. Com o amor das coisas, rejubilo e lanço os braços a um rodopio doce e futuro, a uma tempestade humana. Tudo o que eu espero é sentir o elo da criação que se move, entre mim e ti, e a claridade. ____________mariagomes
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