quinta-feira, dezembro 27, 2007


o que pesa é sentir ainda a perturbação do sol diante a noite
vítrea incerteza de ser corpo e alma junto à fonte.

mariagomes
dez.07

quarta-feira, dezembro 12, 2007


acreditaria em ti se esquecesse o sobressalto das aves o arresto das horas

tu e eu conhecemos a ciografia
o mundo devolve-nos às pregas siderais do estio
nas perdas das glaciais candeias
há muito que o poema
apenso à mítica flor pastoreia os filhos selados pelas cítaras.

mariagomes

dez2007

sábado, dezembro 08, 2007


que usura clama pela novíssima espuma a antepassada espuma dos meus dias

o arquipélago dos teus lábios dirige os dédalos dentro de mim
aproxima-se cada vez mais o lume eloquente
mareante do sustento sopro a sopro

ouve eu não sei do restolho das gaivotas aradas em oiro

inventámo-lo sobre os céleres bagos de céus sonâmbulos
como se ao voo sucedesse outra harmonia que não essa.


mariagomes
dez.2007

quinta-feira, dezembro 06, 2007

nem o vento soalheiro nem a sensível gota que solidifica a manhã
ouviu o canto das crisálidas
dificilmente só

no frémito do cais nos densos desígnios continuava o decantado canto ensurdecido

mesmo que novembro não nos rasgue em nudez
vem dizer de que são estes lagos de colmo esta sede interposta no meu sonho

eram do mar núbil sobranceiro amo dos areais
ascendendo à foz do teu grito probo.

mariagomes
nov.2007

sábado, novembro 17, 2007


contudo eu amei a compassada ondulação das rosas pelo recesso dos caminhos
fui o viajante indolor de um eclipse
a sinuosa flor que se soerguia como um relâmpago
para cair.


mariagomes
nov.2007

terça-feira, novembro 06, 2007


ah os teus gestos são a deliberada forma de ver crescer um lírio
pela noite quando o sonho poisa.

é aí o leme a lousa do teu corpo
porque se acendem consequentes as inúteis canções da íris da língua dos videntes lírios.

mariagomes

6nov07




as acácias tingem lentamente o rio à razão do infinito
por isso eu quero dobrar a impaciência de um prematuro outono
entretanto azul
entre um tempo cravado no teu corpo e as inúteis canções que exumaram a ternura dos lábios.

mariagomes
6Nov.07

quarta-feira, outubro 31, 2007


cobiçaria a noite coada dos infortúnios a erupção
o espaço de um diagrama
a arder

dos interstícios
eu erguia as mãos geladas contra as águas
contra os túmulos a nívea flor que exala a sede no ar profuso.

mariagomes

out2007


quinta-feira, outubro 25, 2007

III


Ò corruptos do mundo! aqui nas lousas
Assentai-vos também às santas horas
Em que as vaidades das paixões se esquece.
Em que fala a verdade!
Porque o pó dos que foram já não mente,
Nem adulam espectros de orgulhos,
Nem as lavras ressurgem do seu leito
A beijar-vos as mãos grandes do mundo!

Grandes na corrupção! que a chaga horrenda
De crimes e impiedades andais cobrindo
Com as dobras do manto vergonhoso
De estólida vaidade…
Caíram-vos os véus! e nus ante Ele,
E a primeira vez nus ante vós mesmos,
Olhando-vos, de horror o olhar fecharíeis
E pediríeis a Deus remédio cura.

Vós que esqueçais o céu, e pisai a terra
Não como pátria onde o dever se cumpra,
Mas como escrava que saciar vos deve
De não sei que vil gozo…
Olhando o céu – talvez a vez primeira –
Lembraríeis que há um voz uma alma eterna,
- Uma alma! – não uma hóstia que se imole
Nas aras do egoísmo e da impiedade.

E então, olhando o manto que vos cobre,
Veríeis que mais crime nos delata
Cada palmo de púrpura sangrenta
Que a túnica de César:
E então, em cada prega, em cada fio,
Que do pranto de irmãos… talvez de sangue
Ensopada trazeis, encontraríeis
Um mundo acusador, grandes do mundo!

Mas não, pod’rosos! não, grandes e fortes!
Vós, os Reis! os senhores! um só momento
Corar e arrepender-vos, como o louco
Que inda em Deus tem crença?!
Oh! não! que o vosso Deus é o vosso orgulho;
Vossa justiça e fé, o próprio interesse,
E tendes um sorriso de ironia
Em vez de alma e por céu um monte de oiro.
[…]

Antero de Quental
in Poesia completa
publicações D. Quixote.

quinta-feira, outubro 11, 2007


cruzarei os espelhos que marulham
ó ave do amor
que a tua pureza sai pelas veias grávidas da pátria
e do milho
com uma doce canção azul
na lezíria

pela água cruzarei a orla dos cardumes
pelo lume volvido onde o luar coze o grão.

mariagomes

out, 2007



segunda-feira, outubro 08, 2007

sábado, outubro 06, 2007


quando eu voltar, direi poente
e pássaro...
só uma purpúrea voz se ouvirá
acima da concavidade de um outono.

levarei a maresia em seiva
e a palavra,
amor.


mariagomes
6 de out.07

terça-feira, outubro 02, 2007

[...]
Somente na Humanidade, há criaturas humanas que não são criaturas humanas. Quantas vezes olhamos para um ser que tem dois pés, duas mãos, a espinha vertical, que cobre o corpo como um fato, que segura nos dentes um charuto, e dizemos : - eis ali um homem. Todavia, aproximamo-nos dele, ouvimos-lhe duas palavras, e…basta! Lá se foi a ilusão. Não era um homem afinal. Um outro bicho? Também não. Apenas um monstro, um aborto, um produto horrível da civilização moderna: a mentira de carne e osso! E a mentira é a mãe da antipatia. A faculdade que o homem tem de ser mentiroso, isto é antipático, é o que o destaca de outros seres; não é a Razão, como pretendem os filósofos bem-humorados: é a Mentira.
Tolstoi, por exemplo está mais perto da pomba e da árvore do que o homem vulgar…
E é na faculdade de mentir, que caracteriza a maior parte dos homens actuais, que se baseia a civilização moderna. Ela firma-se como tão claramente demonstrou Nordau, na mentira religiosa, na mentira política, na mentira económica, na mentira matrimonial, etc…
A mentira formou este ser, único em todo o Universo: o homem antipático.
Actualmente, a mentira chama-se utilitarismo, ordem social, senso prático; disfarçou-se nestes nomes, julgando assim passar incógnita.
A máscara deu-lhe prestígio, tornando-a misteriosa, e portanto respeitada. De forma que a mentira, como ordem social, pode praticar impunemente, todos os assassinatos; como utilitarismo, todos os roubos; como senso prático, todas as tolices e loucuras.
A mentira reina sobre o mundo! Quase todos os homens são súbditos desta omnipresente Majestade. Derrubá-la do trono; arrancar-lhe das mãos o ceptro ensanguentado, é a obra bendita que o Povo, virgem de corpo e alma, vai realizando dia a dia, sob a direcção dos grandes mestres de obras, que se chamam Jesus, Buda, Pascal, Spartacus, Voltaire, Rousseau, Hugo, Zola, Tolstoi, Reclus, Bakunine, etc, etc…
E os operários que têm trabalhado na obra da Justiça e do Bem, foram os párias da Índia, os escravos de Roma, os miseráveis do bairro de Santo António, os Gavroches, e os mujiques da Rússia nos tempos de hoje. Porque é que é só a gente sincera, inculta, e bárbara sabe realizar a obra que o génio anuncia? Que intimidade existirá entre Jesus e os rudes pescadores da Galileia? Entre S. Paulo e os escravos de Roma? Entre Danton e os famintos do bairro de Santo António? Entre os párias e Buda? Entre Tolstoi e os selvagens mujiques? A enxada será irmã da pena? A fome de pão parecer-se-á com a fome de luz?...

TEIXEIRA DE PASCOAES
(1) A Águia, I série, nº 4 15-1-1911, pag 11 e 12.

quarta-feira, setembro 05, 2007


além o sol esquecido solfejo de um largo céu de zimbro
além a vida que burila o pão entregue à luz semântica

vê como são desertos os poemas
como se alongam tristes
e tão perto
gravitam no timbre ainda húmido das lanças!

mariagomes
5 de Set.2007

quarta-feira, agosto 29, 2007


[...]
Lenha mote
crescê-me
na pulmon sec

De sol a sol
nha osse ê verde
bô osse ê planta
C’ma fruta- pon tambor e tchon

De sol a sol
‘ma gritá Rimbaud ô Maiakosky
larga-me da mon


[...]


Secos os pulmões
neles cresce-me
a lenha do mato

De sol a sol
os meus ossos são verdes
os teus ossos são plantas
Como a fruta-pão o tambor e o chão

De sol a sol
gritei por Rimbaud ou Maiakovsky
deixem-me em paz


Corsino Fortes
in “ A cabeça calva de Deus”, p 39, 39
Publicações Dom Quixote

Corsino Fortes nasceu em 14 Fevereiro de 1933 em Mindelo, Ilha de S. Vicente, Cabo Verde…

quinta-feira, agosto 23, 2007


porque digo esta amargura que se submerge às enseadas,
aos sussurros a iluminar as águas, se os dias repousam ao luar?

mariagomes




sexta-feira, agosto 17, 2007


Método, Método, que queres de mim? Bem sabes que comi do fruto do inconsciente.

Jules Laforgue
Moralités légendaire,
Mercure de France, p.24

terça-feira, julho 24, 2007


ai flores que adornaram o dia grave,
perfumai os olhos tristes das campinas que perdi!

da minha voz voaram as aves.

mariagomes
julho, 2007

quarta-feira, julho 18, 2007

O Poema



A tarde cai,
silenciosa,
morosa...

Na alma do poeta,
o poema,
estranha rosa
rubra e preta,
abre...

Afinal,
escrever um poema
é fixar uma pena
sentindo estoirar
o calibre
do coração,
nostálgico do éden...

-Vá, poeta,
deixa o coração sangrar!

Para quê negar
a esmola que te pedem?

Saul Dias*

(in 800 anos de poesia portuguesaedição circulo de leitores, 1973)

*Saúl Dias nasceu em 1902 e faleceu em 1983.Saúl Dias é o pseudónimo literário do pintor Júlio Maria dos Reis Pereira, irmão do poeta José Régio. Licenciado em Engenharia Civil pela Universidade do Porto, foi pintor, poeta e desenhista. Colaborou na revista Presença com produções literárias, pinturas e desenhos.

[fotografia de mariagomes]

quarta-feira, julho 04, 2007

dias hajam em que o céu venha de esperançosa vaga
da terra que cheira a crisântemos
no vento invisível
eu te possa ver enfim
flor e água como a folha que se confia conclusiva.

mariagomes
julho07

sexta-feira, junho 29, 2007



Canto para contar daquele instante/ quando o que mais amamos chega ao fim/ e um belo simulacro delirante/ usurpa-lhe o lugar; quando é assim/ que a arte desfaz da luz agonizante,/ convence a muitos, não comove a mim.

Bruno Tolentino

Bruno Lucio de Carvalho Tolentino , n. Rio de Janeiro, 12 de novembro de 1940, f. S. Paulo, 27 de Junho 2007


livros publicados:
Anulação e Outros Reparos (São Paulo: Massao Ohno, 1963
)
Le Vrai le Vain (Paris: Actuels,
1979)
About the Hunt (Oxford: OPN, 1979)

As Horas de Katharina (São Paulo: Companhia das Letras,
1994)

Os Deuses de Hoje (Rio de Janeiro: Record,
1995
)
Os Sapos de Ontem (Rio de Janeiro: Diadorim,
1995)

A Balada do Cárcere (Rio de Janeiro: Topbooks,
1996)

O Mundo como Idéia (São Paulo: Globo,
2002)

A Imitação do Amanhecer (São Paulo: Globo,
2006)

quinta-feira, junho 21, 2007





composição de Maria Gomes e Augusto Mota

quarta-feira, junho 13, 2007


Se, depois de eu morrer, quiserem escrever a minha biografia,
Não há nada mais simples.
Tem só duas datas - a da minha nascença e a da minha morte.
Entre uma e outra coisa todos os dias são meus.

Sou fácil de definir.
Vi como um danado.
Amei as coisas sem sentimentalidade nenhuma.
Nunca tive um desejo que não pudesse realizar, porque
nunca ceguei.
Mesmo ouvir nunca foi para mim senão um
acompanhamento de ver.
Compreendi que as coisas são reais e todas diferentes umas
das outras;
Compreendi isto com os olhos, nunca com o pensamento.
Compreender isto com o pensamento seria achá-las todas
iguais.

Um dia deu-me o sono como a qualquer criança.
Fechei os olhos e dormi.
Além disso, fui o único poeta da Natureza.


Dos “ poemas inconjuntos”,
Alberto Caeiro

In "poesia de Fernando Pessoa"
Editorial Presença
Introdução e selecção de Adolfo Casais Monteiro

nota , a 13 de junho de 1888 nasce em Lisboa, às 15 horas, Fernando Antônio Nogueira Pessoa... morre em Lisboa, aos 47 anos, a 30 de Novembro de 1935.

domingo, junho 10, 2007


sim eu sei o que a noite pesa quando se premeiam as lágrimas
na sede longa de um recôndito luar
era junho volátil
era pátria
era
a
m
a
r


mariagomes
jun.07

segunda-feira, maio 21, 2007


para que se conceba o carpir da chama comovem-se as garças
na inquietude.

ou num sonho verde, cavado, submerge o sul
e o sol arde.

mariagomes

maio.2007



quarta-feira, maio 09, 2007

(fotografia de mariagomes)


“ Sem actividade criadora não há liberdade nem independência. Cada instante de liberdade é preciso construí-lo e defendê-lo como um reduto. Ele representa um estado de esforço alegre e doloroso: alegre porque dá ao homem a consciência do seu valor; e doloroso, porque lhe exige trabalho nos dias de paz e vida nas horas de guerra”

Teixeira da Pascoaes
in Republica ( Porto, 31.1.1929)

quinta-feira, maio 03, 2007


é com o rumor das águas que falo dos deuses
dos desertos ímpios, saídos
dos cerúleos campos que cantavam, ilesos.
eu falo com a inocuidade dos dedos, como se houvesse um hino
ou caminho contínuo.

mariagomes
maio.2007

quinta-feira, abril 26, 2007

tenho, agora, o meu rosto no sangue,
pugna o mais breve pássaro que aprovou o silêncio.
com a dor que sinto,
como um círio extinto dou-me à terra duradoura,
deflagram os longínquos rios quando o sol se apaga.

outrora, a paisagem era a lisura da espuma,
tecia-lhe os olhos.
vinha à boca o trigo íngreme das marés.
e tudo aquilo era vertiginoso, tranquilo -
uma mulher largava o linho anil
e ele trazia-nos todas as rosas, mãe.


mariagomes
abril, 2007

domingo, março 25, 2007



de onde te escrevo, resignam-se as árvores
as inextinguíveis árvores que ouvíamos rezar
e o sol sem ninguém, a sombra híbrida, a vida…
é por isso que eu ando por dentro do coração das coisas, mãe.


mariagomes
março.07


terça-feira, março 06, 2007


e tudo é pouco
o mar
a percepção do horizonte que foi teu e
concedeu à terra a cinza
para que uma outra primavera haja nas flores do âmago
na água cristalina.

mariagomes
março.2007

quarta-feira, fevereiro 28, 2007


não posso trair os umbrais das aves,
sem que a palavra seja a memória do meu luto derradeiro.
há um sinal que me vaticina ao sono
como um soluço aceso,
como o corpo locomovido e missionário aos confins.
não posso, meu amor, sair de mim.

mariagomes
fev.2007

terça-feira, fevereiro 27, 2007


não posso, meu amor, sair de mim.
a minha encomenda é esta, açular o fogo,
saber de deus
e no fim,
ter a imensidão triste que me abre
ao cardo,
à pele das açucenas, a cegueira plena das manhãs.

mariagomes
fev.2007

sexta-feira, fevereiro 23, 2007


será enorme a noite, os barcos abalroarão os cais.
no amor entregue às coisas, este declive é ainda o teu rosto,
são os teus braços e os teus olhos livres…

escuta-me!, houve uma cidade lavrada,
uma cidade ou uma palavra que eu detive.

mariagomes
23 Fev.2007

domingo, janeiro 21, 2007


à terra entrego rosas d'esplendor sibilino;

a tua alma, a força de gritar,
essa, entrego-a ao mar.

mariagomes
21jan.2007

sábado, janeiro 20, 2007


a repartida luz que antevejo
é um refúgio intenso que vive e vai saudando o crepúsculo do meu cais.

oh sempiterno rosto furibundo e anónimo de um sol anoitecido
oh morte oh vida fecham-se os olhos das flores exíguas.

mariagomes
20Jan.2006

terça-feira, janeiro 16, 2007

O Ser Espiritual ( Teixeira de Pascoaes)

Ah! Sim, o mais perfeito é que domina
O que é menos perfeito; e a Criatura
De natureza anímica e divina
Dirige, atrai e leva o seu Criador
De natureza humana, - de tal forma,
Que a frágil vida do homem animal
Traduz-se na influência que sobre ele
Exerce a criatura espiritual
Que seu meio corpóreo fecundou.

Qualquer homem que, ao ver sua miséria
E sua vida trágica criou
Em pensamento, um ser perfeito livre.
- Esse homem fez um Deus; e desse instante
Seu destino consiste em caminhar
Para esse Deus amado, - mas distante;
Por ele concebido, - e inatingível!

Eis o destino, o fim da vida humana.

Também o fim da terra é conceber
A arvore já mais viva e mais perfeita;
Frutificar, portanto e florescer.

Eis bem claro e bem nítido o sentido
Da Vida, porque o Ser Espiritual
Existe e vive no homem, assim como
Na terra a criatura vegetal;
É do mundo e pertence à Natureza,
De que ele é, na verdade, a flor mais bela,
A expressão derradeira da beleza
Que a luz, o céu, a terra em si contém.

Teixeira de Pascoaes

in “ A Águia, 1ª série, nº 8, 1 de Abril de 1911, p. 8 ( OCTP, vol I, pag 174-175)
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Podes entrar ; tenho as mãos para dizer o disperso canto das águas. Os meus olhos, alagados pelo grito das árvores, são lúcidos ao início do sol. Com o amor das coisas, rejubilo e lanço os braços a um rodopio doce e futuro, a uma tempestade humana. Tudo o que eu espero é sentir o elo da criação que se move, entre mim e ti, e a claridade. ____________mariagomes
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