sexta-feira, junho 27, 2008



para um cuidado o clamor da luz
para um incêndio a inflexão da bruma

os braços que originam o deserto são para mim.

mariagomes
27junho.08


quinta-feira, junho 26, 2008



há uma manhã no lugar incendiário da linguagem
uma manhã com um pigmento de sol
a bater na apoteose
e o peito a arder
e eu estou nessa manhã
nesta lonjura
usando a vértebra obscura e o rebordo das paisagens.

mariagomes
26junho.08


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As Edições Sempre-em-Pé e a Casa Fernando Pessoa têm o prazer de convidar V. Exa para uma sessão em que serão apresentadas as duas séries de poesia actualmente publicadas pela editora referida: a série DiVersos - Poesia e Tradução, que se publica desde 1996, e a colecção de poesia UniVersos, iniciada em 2005.
Além de outros números recentes, estará disponível o n.º 13 da DiVersos, acabado de publicar em Junho. Serão lidos poemas por alguns poetas (Cristino Cortes, João Miguel Henriques, J. T. Parreira e Ruy Ventura) e tradutores (Ana Maria Carvalho, José Lima e Manuel Resende) que já colaboraram com a DiVersos.
Dos quatro títulos publicados na colecção UniVersos, os dois últimos serão abordados com mais vagar: Rio Abaixo, Rio Acima, do poeta alemão Tobias Burghardt, numa edição bilingue com tradução portuguesa de Maria de Nazaré Sanches, e Gloria Victis, do poeta Carlos Garcia de Castro, com a presença e apresentação pelo Autor e comentário crítico do Dr. Rui Cardoso Martins, do Jornal Público.
A sessão será coordenada por José Carlos Costa Marques, um dos coordenadores de DiVersos e editor de ambas as séries. A entrada é livre.

domingo, junho 22, 2008

sábado, junho 21, 2008



vi morrer o sol
e tu erguendo o sol à terra
de um vermelho vivo

eram de súbito os pássaros
de milho.


mariagomes
19 junho de 2008



quarta-feira, junho 18, 2008



eu sou uma rosa
rompo o fogo amargo
de um canto célere
a solidão do mar

eu sou outra rosa
dói-me nascer
em
e
s
p
i
r
a
l
como um cisne como um lago.

mariagomes
18 de Junho de 2008



terça-feira, junho 17, 2008

domingo, junho 15, 2008



tenho uma janela de pedra aberta para o mar

os peixes muito azuis
escritos num muro
tenho os
pés na água
deste luar tão escuro nesta candeia rasa.


mariagomes
15jun.2008


sexta-feira, junho 13, 2008

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[...]
'Não tenho sentimento nenhum político ou social. Tenho, porém, num sentido, um alto sentimento patriótico.Minha pátria é a língua portuguesa. Nada me pesaria que invadissem ou tomassem Portugal, desde que não me incomodassem pessoalmente. Mas odeio, com ódio verdadeiro, com o único ódio que sinto, não quem escreve mal português, não quem não sabe sintaxe, não quem escreve em ortografia simplificada, mas a página mal escrita, como pessoa própria, a sintaxe errada, como gente em que se bata, a ortografia sem ípsilon, como o escarro directo que me enoja independentemente de quem o cuspisse.
Sim, porque a ortografia também é gente. A palavra é completa vista e ouvida. E a gala da

transliteração greco-romana veste-ma do seu vero manto régio, pelo qual é senhora e rainha.'

Fernando Pessoa (n. 13/06/1888, f.30/11/1935)

Livro do Desassossego por Bernardo Soares
( Prefácio e Organização de Jacinto do Prado Coelho.) Lisboa: Ática, 1982.

terça-feira, junho 10, 2008



deixa o lume ancorado nos meus dias
estrema o fecundo
polariza os lagos para eu não morrer

pertence à sede
o exercício do meu ser.

mariagomes
jun, 08

segunda-feira, junho 09, 2008


" Ah ninguém entender que ao meu olhar
Tudo tem certo espírito secreto! "

Cesário Verde


domingo, junho 08, 2008

uma fotografia


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está no interior a musicalidade do aroma,
é no interior que as coisas afloram.
não me perguntes quais.
são pequenas e tantas coisas
que roçam a pele, olham nos olhos,
e tiram uma fotografia, quase eterna;

a preto e branco eu morro,
afogada à luz de floreiras.

mariagomes
coimbra, 19 de maio.2003

sexta-feira, junho 06, 2008

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Acerca de mim

A minha foto
Podes entrar ; tenho as mãos para dizer o disperso canto das águas. Os meus olhos, alagados pelo grito das árvores, são lúcidos ao início do sol. Com o amor das coisas, rejubilo e lanço os braços a um rodopio doce e futuro, a uma tempestade humana. Tudo o que eu espero é sentir o elo da criação que se move, entre mim e ti, e a claridade. ____________mariagomes
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