quinta-feira, fevereiro 26, 2009




falo à frágil onda que se desfaz na noite
ao tempo que amarelece talhado ao leite de minha mãe
há assim a pujança de estrelas
e areais serenos
no poema que apaguei.

mariagomes
fev.2009

quarta-feira, fevereiro 18, 2009





tremo não me equilibro cultivo a lira a flor-de-lis vocábulos
lisos - naquele baixio cultivo a ânsia nesta dádiva
de nevoeiro que em mim descansa.



mariagomes
fev,2009


segunda-feira, fevereiro 16, 2009

sábado, fevereiro 14, 2009


quero a minha poesia na força do amor no voo na fonte
quero aplanar a voz despertando de mansinho a aura o dia
quero que a minha poesia se solte e fira
e sangre na cor de um diamante.


mariagomes
14fev.2009



terça-feira, fevereiro 10, 2009




Quem administra um blogue de poesia , sabe como isto, às vezes, funciona, ou deve funcionar: uma imagem fundamenta um poema, uma poema uma imagem, uma palavra um poema, uma música um poema ou uma palavra... e por aí vamos.
O vídeo “cinco dias > stand by me….” aqui exibido, o que mais prazer me deu ver ouvir e publicar, pediu este poema de Fernando Couto que poderia muito bem ter sido dirigido a qualquer uma daquelas belíssimas vozes que, espero não tenham caído, de novo e definitivamente, no anonimato.


mariagomes



Pergunta a Paul Roberson

Que rios te correm na voz
Paul Roberson 1 ?
Que marulhantes graves e longos
rios é o teu canto
Paul Roberson?
É o Congo ou é o Mississipi
com manchas de sangue indissoluto?
Ou são os afrontosos rios
da humilhação impotente
Paul Roberson?
Ou é o Nilo ou o Missouri
cavando às cegas o leito
nas terras da hostilidade?
Ou será a mágoa sem fundo nem tempo
náufraga sem morte dos barcos de negreiros
soluçando nos campos de algodão
dos diversos estados da Carolina do Sul
Paul Roberson?
Ou será a incomparável curva doida do Niger
rompendo o caminho do mar?
Ou será apenas o lento pesado arrastar dos pés
dos teus irmãos de raça
Paul Roberson
rompendo o caminho do mar?

1 Cantor de blues norte-americano

Fernando Couto


In Poetas de Moçambique

**Fernando Leite Couto nasceu em 1924 em Rio Tinto Portugal. Jornalista, pai do escritor Mia Couto reside actualmente em Maputo onde é responsável pela editora Ndjira.
Bibliografia
Poesia – Poemas junto à fronteira ( 1959); Jangada do Inconformismo (1962), O Amor Diurno( 1962) , Ficções para um retrato ( 1971); Monódia (1997) e Os Olhos Deslumbrados (2001)


segunda-feira, fevereiro 09, 2009

entrevista de Juan Gelman, 2008

[...]El único tema de la poesía es la poesía misma. Shakespeare era un gran poeta político; Dante también. En nuestra generación hubo gente que escribió panfletos, pero solamente hubo un gran poeta: Francisco Urondo. Por lo tanto, no es el tema que determina la calidad de una poesía. Safo escribió versos de amor hace veinticinco siglos y se conservan fragmentos que son estupendos. De Safo a la fecha se han escrito millones y millones de poemas de amor que no le llegan ni al tacón de las sandalias que ella usaba. Y el tema es el mismo. [...]


Juan Gelman

( clique no título)


domingo, fevereiro 08, 2009

sábado, fevereiro 07, 2009



creio no elemento do azul , no enleio,
no deserto
em nossas mãos sereníssimas,
diáfanas, pelas dunas de cada dia radiante.

creio na pedra do exílio, no teu nome ausente.

ah!, meu amor creio no sal que me devora os lábios.


mariagomes
fev.2009


sexta-feira, fevereiro 06, 2009



grito - sou o sol que nasceu na provação dos dias
no corredor nu das calemas

junto ao espelho não ouso um céu.

mariagomes
fev,2009




agora escrevo na ciente voz que plana para além do medo
no silêncio legente onde a morte nos devassa o sangue
e o veste de aflições e
o derrama num pequeno caudal
de flor veludo e alma.


mariagomes
fev.2009

quinta-feira, fevereiro 05, 2009




"A inconsciência é uma pátria; a consciência, um exílio."

Emile Michel Cioran


[8 de abril de 1911, Răşinari, Sibiu, Austria-Hungary (hoje Romênia) - 20 de junho de 1995]


segunda-feira, fevereiro 02, 2009

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Acerca de mim

A minha foto
Podes entrar ; tenho as mãos para dizer o disperso canto das águas. Os meus olhos, alagados pelo grito das árvores, são lúcidos ao início do sol. Com o amor das coisas, rejubilo e lanço os braços a um rodopio doce e futuro, a uma tempestade humana. Tudo o que eu espero é sentir o elo da criação que se move, entre mim e ti, e a claridade. ____________mariagomes
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