quinta-feira, agosto 21, 2008


conservo ainda a palavra que fende o outono,
a que lava a margem

e regressa a este difícil tempo de amar.

habitando o destino do teu círculo insurrecto,
velo incessantemente a noite.
quando o sol nascer,
levarei o amor ao sepulcro inviolado
das aves;
ao eco, o fogo pátrio,
o silêncio arauto da matriz das tempestades.

nada nos foi prometido, nem um olvido.
a palavra é o fragor de um dia sem porto
nem pôr do sol.

dá-me o estro,
uma branca toalha
espargindo o esplendor, o sal, a âncora…
deve haver um caminho para o mar.


mariagomes
agosto.08

3 comentários:

jorge vicente disse...

há sempre um caminho para o mar
e o mar fende as constelações
e o espaço entre elas.

magnífico poema, amiga.

beijinhos
jorge

Anónimo disse...

Entrei aqui...uma vasta sensação de paz me dominou.

D.

Angola Debates e Ideias- G. Patissa disse...

Olá, gostei do seu Blog, ao qual aoprtei qdo a alma obrigava os olhos encontrar nutrientes na poesia lusófona. Gostei!E convido-lhe, desde já, te a visitar e ajudar o meu Blog a crescer também: www.angodebates.blogspot.com
Abraços

Powered By Blogger

Arquivo do blogue

Acerca de mim

A minha foto
Podes entrar ; tenho as mãos para dizer o disperso canto das águas. Os meus olhos, alagados pelo grito das árvores, são lúcidos ao início do sol. Com o amor das coisas, rejubilo e lanço os braços a um rodopio doce e futuro, a uma tempestade humana. Tudo o que eu espero é sentir o elo da criação que se move, entre mim e ti, e a claridade. ____________mariagomes
Estou no Blog.com.pt

Free Site Counters



Free Site Counters