deixa que um pássaro cubra o contorno alucinante
e oculto do meu canto
porque eu estou na impressão das coisas
os meus olhos são pássaros
- os pássaros alma inclinada sobre a noite
falo-te devagar do ventre onde vivi
escuto o marulhar de um silêncio proferido
indizível divisa a tua alma
o que semeará o linho
se por ti espera o cosmos do meu leito
e as pedras caminham longas pela estrada
não sei o que te diga
fixam-me as paredes como se eu fosse o sol perdível
mais uma vez as coisas vivem
e o sol ( oh essência!)
deixa que um pássaro cubra o contorno alucinante
e oculto do meu canto.
mariagomes
jun.06
"Abre a romã, mostrando a rubicunda Cor,com que tu, rubi, teu preço perdes; (...........)" Luis Vaz de Camões, Os Lusíadas,IX,59
domingo, junho 25, 2006
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- mariagomes
- Podes entrar ; tenho as mãos para dizer o disperso canto das águas. Os meus olhos, alagados pelo grito das árvores, são lúcidos ao início do sol. Com o amor das coisas, rejubilo e lanço os braços a um rodopio doce e futuro, a uma tempestade humana. Tudo o que eu espero é sentir o elo da criação que se move, entre mim e ti, e a claridade. ____________mariagomes
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4 comentários:
o poema continua simplesmente lindo...adorei a suavidade e a forma como está escrito...lindo mesmo!
*
Não faz muito, conheci o teu sítio.
Madureza de poemas belos!
Deixo-te abraço daqui do Brasil.
Filipe
Maria Gomes, só agora por razões técnicas pode começar a entrar bem no seu blog.
Gostei deste poema.Os pássaros são os nossos olhos riscando o céu.
Espero a sua visita.
João
cheguei aqui por um acaso que, certamente, não existe...
a música convida a ficar e a passear os olhos e a alma. Terei de voltar com mais tempo.
Obrigada por este momento de calma.
o acaso foi andar à procura destes versos de Camões, sem ter de estar a folhear os Lusíadas.... o acaso foi a minha indolência... o acaso foi a necessidade de colocar uma romá no meu blog
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