sábado, maio 15, 2010

quarta-feira, maio 05, 2010


"As artes são o mais seguro meio de se esconder do mundo e são também o meio mais seguro de se unir a ele."
Franz Liszt

(n. Raiding 1811; m. Bayreuth 1886)






terça-feira, abril 27, 2010

ouvindo o verbo


Cravai, amigos,
abismos de espuma no meu peito,
numa embriaguez sem remédio.

Ide ao eco das algas,
ao labirinto dos ventos,
a janelas árduas, e
serenamente, afagai as trevas,
os sonhos leves,
vulcânicos,
porque me perdi, ouvindo
o verbo que atravessa a morte como um anjo vívido.

mariagomes
Abril, 2010


quinta-feira, abril 22, 2010

"Esta canção foi originalmente composta como um hino religioso por Enoch Sontonga, professor da missão metodista em Johannesburg, de etnia xhosa, em 1897. Em 1927 versos foram adicionados por Samuel E. Mqhayi, de etnia sesoto. Vista como um hino da luta contra o regime de segregação racial (apartheid), chegou a ser proibido sua execuçãopública por "exacerbar o nacionalismo bantu" indo contra a política oficial de desunir as tribos para dominá-las. Propositadamente cantada de modo tradicional e nas três línguas mais faladas pelos sul-africanos negros, se tornou a música símbolo da luta contra o racismo africano. É hoje parte do hino nacional da África do Sul e desde 1925 é hino do Congresso Nacional Africano."

quarta-feira, março 10, 2010

Photobucket


fotografia de mariagomes



Não basta estender as mãos vazias para o corpo mutilado,
acariciar-lhe os cabelos e dizer: Bom dia, meu Amor. Parto
amanhã.

Não basta depor nos lábios inventados a frescura de um beijo
doce e leve e dizer: Fecharam-nos as portas. Mas espera

Não basta amar a superfície cómoda, ritual, exacta
nos contornos a que a mão se afeiçoa e dizer: A morte é o caminho.

Não basta olhar a Amante como um crime ou uma injúria e
apesar disso murmurar: Somos dois e exigimos.
Não basta encher de sonhos a mala de viagem, colocar-lhe as
etiquetas e afirmar: Procuro o esquecimento.

Não basta escutar, no silêncio da noite, a estranha voz distante,
entre ruídos de música e interferências aladas.

Não basta ser feliz.

Não basta a Primavera.

Não basta a solidão.


Daniel Filipe

in A invenção do amor e outros poemas,
Presença, colecção Forma, n.º1, 8.ª edição, 1994, pp. 43-44.


Entrevista a Roberto Fernandez Retamar

[...]

"Muchos piensan, apocalípticamente, que la poesía va a desaparecer, pues yo creo todo lo contrario, la poesía es cada vez más necesaria para el ser humano. Los poetas surgen por necesidad orgánica de la humanidad.

[...]


Roberto Fernandez Retamar

sábado, março 06, 2010

quinta-feira, fevereiro 25, 2010




"... le poéte est hors du langage, il voits les mots à l’envers, comme s’il n’appartenait pas à la conditions humaine et que, venant vers les homes, il recontrât d’abord la parole comme une barrier” Jean Paul Sartre


"… o poeta está fora da língua, vê as palavras ao contrário, como se não pertencesse à condição humana e, chegando junto dos homens, começasse por encontrar a palavra como uma barreira”

Jean Paul Sartre


trad. Alberto Pimenta
in " O silêncio dos Poetas"
Livros Cotovia


domingo, novembro 15, 2009

sábado, novembro 14, 2009


'Penso que podia modificar-me e viver com os animais,
eles são tão serenos e reservados,
quando me detenho a contemplá-los demoradamente,
alheios por condições e queixas e fadigas,
não estão acordados de noite a chorar os seus pecados
não me incomodam a discutir os seus deveres para com Deus,
nenhum está descontente, nenhum endoideceu
com a mania de possuir bens,
nenhum se ajoelha perante outro, nem perante
antepassados que viveram milhares de anos antes dele,
nenhum é respeitável ou infeliz perante o Universo inteiro. '

Walt Whitman

in "A conquista da felicidade", Bertrand Russel
Guimarães editores




terça-feira, outubro 06, 2009

La negra






"Mercedes Sosa (San Miguel de Tucumán, 9 de julho de 1935 — Buenos Aires, 4 de outubro de 2009) foi uma cantora argentina de grande apelo popular na América Latina. Com raízes na música folclórica argentina, ela se tornou uma das expoentes do movimento conhecido como Nueva canción. Apelidada de La Negra pelos fãs devido à ascendência amerindia (no exterior acreditava-se erroneamente que era devido a seus longos cabelos negros), ficou conhecida como a voz dos "sem voz".

in Wikipedia


sexta-feira, setembro 25, 2009

O Tormento de Deus ( Alain Bosquet)



Deus disse: "Se tal vos repugna,
não acrediteis em mim,
mas ficaria feliz
se encontrásseis algum encanto
num ou noutro ser da minha lavra:
o búzio, onde dorme a música,
o plátano, que cresce para lá das estrelas,
o mar, que diz cem vezes: "Eu sou o mar."

Sinto-me muito humilde:
o meu universo não é mais belo
do que um poema perdido."


Alain Bosquet





sexta-feira, setembro 04, 2009





6. Oh, Kimbela, a morte do teu marido
podes chorar todos os dias no cemitério apoiada nos serviços
das floristas! Não posso deixar de me inclinar perante
o teu vale de lamentações onde se afunda a tua última fantasia
e do baú cheio de pó tiras a foto mais antiga do liceu.
Olhas para trás das nossas vidas e tudo se pode medir
pelo número certo dos degraus das vossas auroras.
Tudo se encaixa, o Diabo não foi capaz de alterar a fartura
da oferta que o céu soltou para o teu regaço e até exiges
que toda a sanzala te ofereça um dia de romaria e de lágrimas….
mas a morte de tantos irmãos, Oh Kimbela!,
é a mais dura subtracção da minha vida porque é um veio
de sangue que se cortou e nos abre o fundo da existência
( há uma parte da pátria que se parte
dentro de mim e só posso ter em minhas mãos
os estilhaços mais inclementes)
para que nos encontremos com a nossa própria fraqueza
e a odiemos. E Deus- apesar de O termos como os únicos
ouvidos e olhos que descobrem os criminosos – não facilita
em dizer “ Venham por aqui” : assim poderíamos ter África
como se quer um tecto
sobre nossas
vidas.

Adriano Botelho de Vasconcelos
in Olímias, pag, 49
edição UEA ( União dos Escritores Angolanos) 2005



quarta-feira, agosto 26, 2009

Anibal Beça

Faleceu ontem em Manaus, Brasil, Aníbal Beça, o poeta do paladar das palavras, título do seu último post publicado no blogue AMAZONIC HAIJIN.

À família enlutada o meu abraço de condolências.

Em homenagem a tão ilustre amigo, com saudade e porque as palavras me faltam nestes momentos derradeiros, deixo aqui uma estrofe do poema Licença Poética da autoria de Jota Jota Paes Loureiro

[...]
"Manda-me um verso depressa,
faz uma trova voar
e não me venhas com essa,
que estás de pernas pro ar..."


maria

terça-feira, agosto 25, 2009

Quero acabar entre rosas, porque as amei na infância.
Os crisântemos de depois, desfolhei-os a frio.
Falem pouco, devagar,
Que eu não oiça, sobretudo com o pensamento.
O que quis? Tenho as mãos vazias,
Crispadas flebilmente sobre a colcha longínqua.
O que pensei? Tenho a boca seca, abstracta.
O que vivi? Era tão bom dormir!


8-12-1931
Poesias de Álvaro de Campos. Fernando Pessoa. Lisboa: Ática, 1944 (imp. 1993). - 86.

sexta-feira, julho 24, 2009

A uma só voz


Alimento-me de raízes.
Desço ao fundo
pela corda da fome da saudade
e encosto-me à terra,
encontro todas as coisas
em todas as cores
ao som de todos os dialectos...
Vou ao fundo
e subo a todas as árvores
a todas as montanhas,
percorro desertos acústicos de paixão
onde ardem sublimes miragens:
são guitarras verdes
que se curvam à passagem do meu ouvir.
Moro aí
nessa linha indefinida da insónia e do sono,
onde o céu e a terra se costuram
onde o silêncio sustenta o levitar de pássaros.
Moro aí
onde não há céu e terra,
existo num pressentir.
Numa cadência.
No que há-de vir.
Em tudo o que foi
lapido o momento
num corpo que dança e
numa voz que te canta, Mãe-África!

mariagomes
Coimbra, 2002
in edição PD Literatura, 2002



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Podes entrar ; tenho as mãos para dizer o disperso canto das águas. Os meus olhos, alagados pelo grito das árvores, são lúcidos ao início do sol. Com o amor das coisas, rejubilo e lanço os braços a um rodopio doce e futuro, a uma tempestade humana. Tudo o que eu espero é sentir o elo da criação que se move, entre mim e ti, e a claridade. ____________mariagomes
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