quinta-feira, abril 26, 2007

tenho, agora, o meu rosto no sangue,
pugna o mais breve pássaro que aprovou o silêncio.
com a dor que sinto,
como um círio extinto dou-me à terra duradoura,
deflagram os longínquos rios quando o sol se apaga.

outrora, a paisagem era a lisura da espuma,
tecia-lhe os olhos.
vinha à boca o trigo íngreme das marés.
e tudo aquilo era vertiginoso, tranquilo -
uma mulher largava o linho anil
e ele trazia-nos todas as rosas, mãe.


mariagomes
abril, 2007

2 comentários:

un dress disse...

belíssimo poeMa... :)

Anónimo disse...

Parabéns, acho o mesmo.

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Podes entrar ; tenho as mãos para dizer o disperso canto das águas. Os meus olhos, alagados pelo grito das árvores, são lúcidos ao início do sol. Com o amor das coisas, rejubilo e lanço os braços a um rodopio doce e futuro, a uma tempestade humana. Tudo o que eu espero é sentir o elo da criação que se move, entre mim e ti, e a claridade. ____________mariagomes
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