segunda-feira, março 13, 2006

é preciso dedilhar a seiva, devolver aos pássaros a migração
porque a memória é como se nos doesse a língua.

os anjos habitam-na,
são castanhos, geométricos, rolam nos seixos desérticos
e depois transpõem o sol
para que o vento sopre, e nos caiba um bocado de matéria.

mariagomes
março.2006

1 comentário:

Silvia Chueire disse...

É lindo este poema, Maria.

Beijos,
Silvia

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Podes entrar ; tenho as mãos para dizer o disperso canto das águas. Os meus olhos, alagados pelo grito das árvores, são lúcidos ao início do sol. Com o amor das coisas, rejubilo e lanço os braços a um rodopio doce e futuro, a uma tempestade humana. Tudo o que eu espero é sentir o elo da criação que se move, entre mim e ti, e a claridade. ____________mariagomes
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