sábado, dezembro 27, 2008



como um primeiro ser vivo como uma ave de cetim
ladeando a ilusão de um céu azul claro
tenho as mãos expectantes
na penumbra pronta de meu sono redimido
nas águas metafóricas
na coreografia das fragas que nasceram
e dão à praia um perfume roxo de ternura
para quem a tarde se ajoelha
para quem o branco da poesia que derramo
para quem a voz de uma só estrela é o silêncio tutelar de um oceano.


mariagomes
dez, 2008

7 comentários:

BAR DO BARDO disse...

Ud. me faz sentir na gênese... Isso onde é?

Anónimo disse...

E ainda que as estrelas, astros, sóis e universos jamais brilhassem, ainda assim, cada existência brilharia em ti.



Abraços d´ASSIMETRIA DO PERFEITO

BAR DO BARDO disse...

Agradeço a visita ao meu espaço virtual. Gostaria de levantar uma questão, entanto. Não entendi muito bem quando você afirmou que aquele texto não era meu...
Maria Gomes, é o seguinte, o "Soneto de fidelidade" é meu, sim. Vinicius de Moraes,por estar morto, não tem nem como parlamentar comigo, creio. Tenho o maior respeito pela obra do "poetinha", mas sele já morreu, repito. Conclusiva, agora: portanto, quem escrever - ou reescrever - esse texto torna-se dignatário de sua autoria. Ou estou equivocado? Aliás, bastaria fazer uma leitura desse texto para que automaticamente me pertencesse. Ou um texto existe sozinho, sem leitor? Perguntaria mais, há obra de arte que se baste apenas com o seu criador (primeiro) e a obra em si, sem um apreciador. O apreciador não é também dono e autor da obra, além de ser a mesma??? Pode discordar, se quiser...

BAR DO BARDO disse...

Você me pegou, Maria Gomes! Embora eu não tenha o menor talento para polemista, consegui a atenção de duas pessoas bastante inteligentes e refinadas. Uma delas está a me ler. Ocorre que sou militar e professor no Colégio Militar de Campo Grande - MS, próximo (mas distante) do famoso Pantanal. Professo literatura às vezes, mas atualmente trabalho com alunos com baixo desempenho escolar. Entretanto, a questão da autoria é uma velha parceira filosófica minha, desde que estudei a obra do poeta Manoel de Barros. Sabe, por ora já não tenho nem mais certeza se o poema é do Vinicius ou de seu ídolo, um tal de Camões... A propósito, tudo não passou de uma pilhéria. Ou não?

mariagomes disse...

Caro Henrique,
pergunta-me se tudo não passou de uma pilhéria.... se considerarmos que o propósito foi levantar a questão dos direitos autorais, e das influências que sofremos, claro que não. É um assunto para reflexão e debate. Muito se tem escrito sobre isso (e se escreverá ), no entanto, nada se esgota.

Li algures, que ( na literatura, na poesia, na música, em toda as formas de expressão, em arte) "o maior tributo que um autor pode dar a outro, é reconhecer publicamente a sua influência."
- O que influencia é o mestre.
Por esse campo, ao longo da história, já tentou medir a cadeia? O abecedário não nos chega, com certeza!

maria

Pó & Teias disse...

conheces?

http://www.uea-angola.org/

mariagomes disse...

conheço ( desde que me conheço!).

:-)

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Podes entrar ; tenho as mãos para dizer o disperso canto das águas. Os meus olhos, alagados pelo grito das árvores, são lúcidos ao início do sol. Com o amor das coisas, rejubilo e lanço os braços a um rodopio doce e futuro, a uma tempestade humana. Tudo o que eu espero é sentir o elo da criação que se move, entre mim e ti, e a claridade. ____________mariagomes
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