terça-feira, novembro 08, 2005

em pedra, a minha coroa


( Quinta das Lágrimas, 7.Nov.2005, Coimbra)



para haver uma árvore, lançarei a terra à tua luz;
o orvalho fulminante
agarrado secretamente ao lume.
depois, irromperá a folha
da impressão de um ramo doce e
nu.

como tu, Inês, eu peço que talhem, em pedra,
a minha coroa
no pecado que propaga o linho, na fonte trigueira;
no gume da humanidade que ainda se transfigura,


para haver uma árvore.


mariagomes
out/nov.2005

3 comentários:

Anónimo disse...

a mostra do arvoredo na quinta das lágrimas, sublinha
a necessidade de haver uma árvore nos teus versos.
magnifica fusão – bela homenagem
carlos peres feio

Anónimo disse...

essa fotografia é incrivelmente bela. faz jus ao poema.

beijo daqui.

Anónimo disse...

essa fotografia é incrivelmente bela. faz jus ao poema.

beijo daqui.

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Podes entrar ; tenho as mãos para dizer o disperso canto das águas. Os meus olhos, alagados pelo grito das árvores, são lúcidos ao início do sol. Com o amor das coisas, rejubilo e lanço os braços a um rodopio doce e futuro, a uma tempestade humana. Tudo o que eu espero é sentir o elo da criação que se move, entre mim e ti, e a claridade. ____________mariagomes
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