segunda-feira, abril 27, 2009




amo a voz que me semeia amo as aves
pelos hidrópicos milagres
amo a terra

e a verdade da nuvem da lua cheia.

mariagomes
abril.2009






quinta-feira, abril 16, 2009

Meu querido Paolo Conte...

( como é difícil expressarmo-nos mediante o imenso! tudo se suspende nesse laghi bianchi del silenzio.)

terça-feira, abril 14, 2009


entre as árvores esperadas
e os dedos trémulos
deixaremos este acesso febril e dificílimo
a voz do sol os jardins os dias ermos...

a esta entrega assinalada eu ficarei livre livre!…

mariagomes
14.abril09

segunda-feira, abril 13, 2009





o eterno é isto:
-o nome dos rios um istmo
as minhas mãos por nascer

na via láctea.

mariagomes
13.abril.09






sábado, abril 11, 2009


é no decúbito da noite que detenho a terra
e anuncio a verdade dos crepúsculos.

é neste mar crivado que moldo em barro

a eternidade.


mariagomes
11abril2009




quinta-feira, abril 02, 2009

Quando Diamanda Galás passou por Portugal, em 2005, Walter Hugo Mãe escreveu:

"ia jurar que, semicerrando os olhos, se podia ver fumo negro saindo da sua boca. um fumo rápido, atarefado com dispersar-se por toda a sala. parecia que nos imergia nos seus misteriosos ofícios. com o tempo, tudo pode acontecer a quem lá esteve"


Repito o que já havia escrito no meu site do multiply : realmente,tudo pode acontecer a quem a ouve!

Uma chamada de atenção para o poeta, periodista e crítico literário salvadoreño Miguel Huezo Mixco, autor deste poderoso poema:


Si la muerte viene y pregunta por mi
haga el favor
de decirle que vuelva mañana
que todavia no he cancelado mis deudas
ni he terminado un poema
ni me he despedido de nadie
ni he ordenado mi ropa para el viaje
ni he llevado a su destino el encargo ajeno
ni he echado llave en mis gavetas
ni he dicho lo que debia decir a los amigos
ni he sentido el olor de la rosa que no ha nacido
ni he desenterrado mis raices
ni he escrito una carta pendiente
que si siquiera me he lavado las manos
ni he conocido un hijo
ni he empredido caminatas en paises desconocidos
ni conozco los siete velos del mar
ni la canción del marino
Si la muerte viniera
diga por favor que estoy entendido
y que me haga una espera
que no he dado a mi novia ni un beso de despedida
que no he repartido mi mano con las de mi familia
ni he desempolvado los libros
ni he silbado la canción preferida
ni me he reconciliado con los enemigos
digale que no he probado el suicidio
ni he visto libre a mi gente
digale si viene que vuelva mañana
que no es que le tema pero ni siquiera
he empezado a andar el camino.





domingo, março 29, 2009




“O mal de quase todos nós é que preferimos ser arruinados pelo elogio a ser salvos pela crítica".


Norman Vincent Peale

(n. 31 de maio de 1898, Bowersville, Ohio, EUA - f, 24 de dezembro de 1993, Pawling, New York, EUA)





segunda-feira, março 23, 2009

sexta-feira, março 13, 2009




Estas fotografias foram obtidas, ontem, às 21h e 30m. São flores de cacto que se abrem uma vez ao ano, no nosso verão, por uma noite! Assim se chama a flor: a dama da noite. Diz quem sabe, que à meia noite o aroma e as flores são ainda mais intensos.





sexta-feira, março 06, 2009


que sol virá contrariar o tempo intumescendo o amor
se da escuridão regressa a brisa
e a primavera
e o luar modela a rocha lisa no frio púlpito da miséria.

que odor maior que remate que memória me devolverá o mar?

mariagomes
março, 2009




quarta-feira, março 04, 2009

quinta-feira, fevereiro 26, 2009




falo à frágil onda que se desfaz na noite
ao tempo que amarelece talhado ao leite de minha mãe
há assim a pujança de estrelas
e areais serenos
no poema que apaguei.

mariagomes
fev.2009

quarta-feira, fevereiro 18, 2009





tremo não me equilibro cultivo a lira a flor-de-lis vocábulos
lisos - naquele baixio cultivo a ânsia nesta dádiva
de nevoeiro que em mim descansa.



mariagomes
fev,2009


segunda-feira, fevereiro 16, 2009

sábado, fevereiro 14, 2009


quero a minha poesia na força do amor no voo na fonte
quero aplanar a voz despertando de mansinho a aura o dia
quero que a minha poesia se solte e fira
e sangre na cor de um diamante.


mariagomes
14fev.2009



terça-feira, fevereiro 10, 2009




Quem administra um blogue de poesia , sabe como isto, às vezes, funciona, ou deve funcionar: uma imagem fundamenta um poema, uma poema uma imagem, uma palavra um poema, uma música um poema ou uma palavra... e por aí vamos.
O vídeo “cinco dias > stand by me….” aqui exibido, o que mais prazer me deu ver ouvir e publicar, pediu este poema de Fernando Couto que poderia muito bem ter sido dirigido a qualquer uma daquelas belíssimas vozes que, espero não tenham caído, de novo e definitivamente, no anonimato.


mariagomes



Pergunta a Paul Roberson

Que rios te correm na voz
Paul Roberson 1 ?
Que marulhantes graves e longos
rios é o teu canto
Paul Roberson?
É o Congo ou é o Mississipi
com manchas de sangue indissoluto?
Ou são os afrontosos rios
da humilhação impotente
Paul Roberson?
Ou é o Nilo ou o Missouri
cavando às cegas o leito
nas terras da hostilidade?
Ou será a mágoa sem fundo nem tempo
náufraga sem morte dos barcos de negreiros
soluçando nos campos de algodão
dos diversos estados da Carolina do Sul
Paul Roberson?
Ou será a incomparável curva doida do Niger
rompendo o caminho do mar?
Ou será apenas o lento pesado arrastar dos pés
dos teus irmãos de raça
Paul Roberson
rompendo o caminho do mar?

1 Cantor de blues norte-americano

Fernando Couto


In Poetas de Moçambique

**Fernando Leite Couto nasceu em 1924 em Rio Tinto Portugal. Jornalista, pai do escritor Mia Couto reside actualmente em Maputo onde é responsável pela editora Ndjira.
Bibliografia
Poesia – Poemas junto à fronteira ( 1959); Jangada do Inconformismo (1962), O Amor Diurno( 1962) , Ficções para um retrato ( 1971); Monódia (1997) e Os Olhos Deslumbrados (2001)


segunda-feira, fevereiro 09, 2009

entrevista de Juan Gelman, 2008

[...]El único tema de la poesía es la poesía misma. Shakespeare era un gran poeta político; Dante también. En nuestra generación hubo gente que escribió panfletos, pero solamente hubo un gran poeta: Francisco Urondo. Por lo tanto, no es el tema que determina la calidad de una poesía. Safo escribió versos de amor hace veinticinco siglos y se conservan fragmentos que son estupendos. De Safo a la fecha se han escrito millones y millones de poemas de amor que no le llegan ni al tacón de las sandalias que ella usaba. Y el tema es el mismo. [...]


Juan Gelman

( clique no título)


domingo, fevereiro 08, 2009

sábado, fevereiro 07, 2009



creio no elemento do azul , no enleio,
no deserto
em nossas mãos sereníssimas,
diáfanas, pelas dunas de cada dia radiante.

creio na pedra do exílio, no teu nome ausente.

ah!, meu amor creio no sal que me devora os lábios.


mariagomes
fev.2009


Powered By Blogger

Arquivo do blogue

Acerca de mim

A minha foto
Podes entrar ; tenho as mãos para dizer o disperso canto das águas. Os meus olhos, alagados pelo grito das árvores, são lúcidos ao início do sol. Com o amor das coisas, rejubilo e lanço os braços a um rodopio doce e futuro, a uma tempestade humana. Tudo o que eu espero é sentir o elo da criação que se move, entre mim e ti, e a claridade. ____________mariagomes
Estou no Blog.com.pt

Free Site Counters



Free Site Counters