sábado, março 05, 2005

por detrás do espelho



só o vento sopra por detrás do espelho o trevo
subindo rubro sobre a folha
no ardor de um beijo. perdoa-me.

vejo o coração das magnólias atravesso
uma espada amargurada num suicídio de silêncio.
nas minhas mãos
o deserto tímido intimo surge do tempo
ante a glória de vermos o sol
morrendo no abraço.
dilacero os dedos

digo adeus à cúmplice ventura de florir.
perdoa-me. ser poeta é ter a carne
na cicatriz da imagem. sentir os olhos a escorrer
na boca. morrer em cada página.


mariagomes
março.2005

8 comentários:

Amélia disse...
Este comentário foi removido por um gestor do blogue.
Amélia disse...
Este comentário foi removido por um gestor do blogue.
Amélia disse...

Gosto mais do poema na forma que tem aqui...Beijo

mariagomes disse...

a primeira forma em que o leu amélia, foi em embrião.

bjs
maria

Silvia Chueire disse...

Ah sim, é bom o poema.
Obrigada, Maria.
Beijos,
Silvia

mariagomes disse...

silvia, parece-me um poema que não acaba... ainda ontem estava em restauro!

beijo
maria

André Damázio disse...

Me fez encher os olhos d'água teu poema, Maria!
Lindo!

mariagomes disse...

já visitei o teu blog, andré e deparei-me logo com um belo poema, cheio de ritmo. gostei.

um abraço
maria

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Podes entrar ; tenho as mãos para dizer o disperso canto das águas. Os meus olhos, alagados pelo grito das árvores, são lúcidos ao início do sol. Com o amor das coisas, rejubilo e lanço os braços a um rodopio doce e futuro, a uma tempestade humana. Tudo o que eu espero é sentir o elo da criação que se move, entre mim e ti, e a claridade. ____________mariagomes
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