sábado, outubro 08, 2005

Nâzim Hikmet :20.01.1902/ 03.06.1963 ( Turquia)

Os cantos dos homens são mais belos que os homens,
mais densos de esperança,
mais tristes,
com uma vida mais longa.

Mais do que os homens eu amei os seus cantos.
Consegui viver sem os homens
nunca sem os cantos;

aconteceu-me ser fiel
à minha bem amada
mas nunca ao canto que para ela cantei:
nunca também os cantos me enganaram.

Qualquer que fosse a sua língua
sempre compreendi os cantos.

Neste mundo,
de tudo o que pude beber e comer
de todos os países por onde andei,
de tudo o que pude ver e ouvir,
de tudo o que pude tocar e compreender
nada, nada
conseguiu fazer-me tão feliz como os cantos...


20 de Setembro de 1960

Nâzim Hikmet


in " Poemas da prisão e do exílio"
editora & etc
Tradução de Rui Caeiro

3 comentários:

Anónimo disse...

Que bonito! Gosto muito de Hikmet.

Gostei daqui, voltarei com mais calma...

Anónimo disse...

um encanto de canto !
amigo de Fha

Anónimo disse...

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Podes entrar ; tenho as mãos para dizer o disperso canto das águas. Os meus olhos, alagados pelo grito das árvores, são lúcidos ao início do sol. Com o amor das coisas, rejubilo e lanço os braços a um rodopio doce e futuro, a uma tempestade humana. Tudo o que eu espero é sentir o elo da criação que se move, entre mim e ti, e a claridade. ____________mariagomes
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