sexta-feira, junho 03, 2005

das coisas, o perfil

eu prefiro dizer, das coisas, o perfil.
inquietar a sombra, o abismo
que escorre pelos ombros húmidos da noite.
eu prefiro ter a ponte
por onde passa o pranto estupendo
dos deuses, a carne e o sangue.
enquanto falo,
há florestas que se desbastam brutalmente
inclinando o mar
e o rural; há rosas
a nascerem continuadamente, e a minha morte
coberta de rosas.
eu prefiro dizer, das coisas, o perfil.
frequentar o meu corpo em quanto calo.

mariagomes
junho.2005

5 comentários:

Anónimo disse...

Minha querida amiga, que dizer-lhe da beleza da sua poesia?!
Deus, como a saboreio!
Um beijo amigo do Zé

José Alexandre Ramos disse...

... porque há vergonha, e pudor?

Cláudio Rúbio disse...

Linda, menina. Se bem que o perfil de certas coisas assusta, de outras, engana. Ainda peço às coisas que dêem uma voltinha, delicadamente. :-) Beijos!

Anónimo disse...

Porquê esses sentimentos que impedem um gesto, os gestos? Escreve bem!

r.e. disse...

apetece massajar a memória para trazer de volta o que escreves quando aqui não estamos. belo momento. beijinho. J.

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Podes entrar ; tenho as mãos para dizer o disperso canto das águas. Os meus olhos, alagados pelo grito das árvores, são lúcidos ao início do sol. Com o amor das coisas, rejubilo e lanço os braços a um rodopio doce e futuro, a uma tempestade humana. Tudo o que eu espero é sentir o elo da criação que se move, entre mim e ti, e a claridade. ____________mariagomes
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