domingo, junho 26, 2005

na palavra*

não falemos de ilhas,
a brevidade baloiça num rio redondo.
louco,

o inventário pertence a uma canoa de pássaros.
há tanto tempo

ou
hoje,
apenas hoje,
a preguiça presa ao sol
despontou.

de súbito, aqueceu a pedra
naquela língua
que lida

pula

pula

pula.


eu tenho na palavra uma pedra,
a língua que perdura.
há muito mar,
e os meus olhos nem azuis são.

mariagomes
26junho.2005


*ukulele ( no blogue quartzo, feldspato e mica)

2 comentários:

Anónimo disse...

a manhã despertou com flores no monturo. o pássaro entendeu o recado

Anónimo disse...

Diante desse seu poema, Maria, não somos mais ilhas, mas arquipélagos, continente, enchente...Abraços.

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Podes entrar ; tenho as mãos para dizer o disperso canto das águas. Os meus olhos, alagados pelo grito das árvores, são lúcidos ao início do sol. Com o amor das coisas, rejubilo e lanço os braços a um rodopio doce e futuro, a uma tempestade humana. Tudo o que eu espero é sentir o elo da criação que se move, entre mim e ti, e a claridade. ____________mariagomes
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