"Abre a romã, mostrando a rubicunda Cor,com que tu, rubi, teu preço perdes; (...........)" Luis Vaz de Camões, Os Lusíadas,IX,59
domingo, novembro 14, 2004
dentro do peito
a lua nascida nas tuas mãos de longe
um saibro na linha visível, o cansaço,
quase perfeito o escândalo do sol
guardo tudo, meu amor, dentro do peito.
o sândalo de labaredas que engolem a eito
túneis de lágrimas alheias
guardo tudo, meu amor, dentro do peito.
o coração, a denúncia sonâmbula de sorrisos,
ruídos de substâncias órfãs, sem idade
um homem feito que corrompe a claridade
guardo tudo, meu amor, dentro do peito.
a ânsia do verbo mal trajado, de um poema longo
o leito alado da neblina nua, o sal mendigo da rua,
guardo tudo, meu amor, dentro do peito.
guardo cidades, torres a tiro, madrugadas,
um frio, o brilho de rosas em ruína,
um defeito, vazios, tudo que haja, meu amor,
eu guardo dentro do peito.
mariagomes
nov.2004
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- mariagomes
- Podes entrar ; tenho as mãos para dizer o disperso canto das águas. Os meus olhos, alagados pelo grito das árvores, são lúcidos ao início do sol. Com o amor das coisas, rejubilo e lanço os braços a um rodopio doce e futuro, a uma tempestade humana. Tudo o que eu espero é sentir o elo da criação que se move, entre mim e ti, e a claridade. ____________mariagomes
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3 comentários:
Muito belo e profundo. No peito se guarda bem fundo tudo isso, daí o cansaço. Bjinhos
Gostei de ler, Maria.
hfm
http://linhadecabotagem.blogspot.com
é um prazer "ter-vos" aqui na romã...
um beijo aos três da
maria
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