
(...)O homem é um mistério encarnado, opaco a maior parte das vezes aos olhos mais penetrantes. Por isso,ninguém conhece verdadeiramente ninguém. Mas os poetas mostram-se sempre como são. Não por serem mais sinceros, mas por imposição da própria poesia. Porque irrompe das profundezes ígneas do ser, quando se manifesta traz à tona a verdade ainda a fumegar. Em quantos versos sibilinos ficam registados os seus sentimentos e paixões? Em quantas imagens ocultas os traços disfarçados de rostos amados? Em quantos poemas eu vos disse já o que agora vos digo? (...)
Miguel Torga
Malaposta, 14 de Agosto de 1993
Sem comentários:
Enviar um comentário