domingo, janeiro 09, 2005

por ouvir



por ouvir ficaram os plátanos
aquele movimento de música nas árvores
depois tempestades d' oiro
- os risos estendidos na areia branca -
e os teus braços que cediam inexplicáveis e graves.

mariagomes

8jan.2005


..../....


por ouvir ficaram vozes abertas,
aquela alegria de crianças soltas,
antes da onda aterradora
- os corpos estendidos aos pedaços na areia suja -
trouxeram o ruído estridente de um silencio planetário
que transcende a lágrima sincera ou a hipócrita esmola...

José Dias Egipto

10jan.2005




5 comentários:

José Félix disse...

"por ouvir" é um poema límpido que faz saber da utilidade da poesia. sartre, nos anos 70 discutiu a inutilidade dela sem chegar a conclusão alguma; é com estes poemas, onde tudo parece fácil, que podemos ver o rosto nas águas.

mariagomes disse...

" onde tudo parece fácil", foste ao cerne da questão!

as palavras rolaram, umas ficaram, outras foram-se embora, outras vieram...o sentido, a música, o que vem de dentro e de fora, conjugar tudo isso não é fácil.

muito obrigada, Félix,

um beijo
maria

mariagomes disse...

e já agora vou publicar o poema que José Dias Egipto
escreveu depois de ter lido este, em Escritas, em escrileitura.

maria

Francisco Coimbra disse...

Toda a gente lê razões,
qual a razão de ser
para estas razões...

http://poemas-nus.blogspot.com/2005/01/razo.html#comments

mariagomes disse...

muito obrigada, Jorge,

um abraço amigo da

maria

Powered By Blogger

Arquivo do blogue

Acerca de mim

A minha foto
Podes entrar ; tenho as mãos para dizer o disperso canto das águas. Os meus olhos, alagados pelo grito das árvores, são lúcidos ao início do sol. Com o amor das coisas, rejubilo e lanço os braços a um rodopio doce e futuro, a uma tempestade humana. Tudo o que eu espero é sentir o elo da criação que se move, entre mim e ti, e a claridade. ____________mariagomes
Estou no Blog.com.pt

Free Site Counters



Free Site Counters