terça-feira, fevereiro 22, 2005

entre palavras


"Tormenta" téc: mista - 100x80 - ano 2000 Zamboni



encontras-me no silêncio das esquinas
entre palavras que nos escrevem
encontras-me nas flechas que se atravessam
nos açoites mínimos nos gestos do destino
estarei na primavera com um cravo lúcido na boca
a gritar o nome da praia nómada em que me perdi
serei a flor violenta ausente o vento o sangue
serei a espuma que por ti rebenta
e se mais não for diz ao mundo que ninguém ouve
que o que se sente é escuro sobre a noite
há sempre a palavra pronta dentro do punho.

mariagomes





2 comentários:

hfm disse...

Gostei, Maria, da imagem e do poema. Muito.

mariagomes disse...

hfm e márcia,
quando encontrei esta tela magnífica de um pintor brasileiro, veio-me logo à memória este poema.

maria

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Podes entrar ; tenho as mãos para dizer o disperso canto das águas. Os meus olhos, alagados pelo grito das árvores, são lúcidos ao início do sol. Com o amor das coisas, rejubilo e lanço os braços a um rodopio doce e futuro, a uma tempestade humana. Tudo o que eu espero é sentir o elo da criação que se move, entre mim e ti, e a claridade. ____________mariagomes
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