"Abre a romã, mostrando a rubicunda Cor,com que tu, rubi, teu preço perdes; (...........)" Luis Vaz de Camões, Os Lusíadas,IX,59
domingo, maio 22, 2005
a água cinzelada
"O Passeante Invisível"- Autor: Maria Helena Vieira da Silva (1908 - 1992)
talvez, meu amor, saibamos de nós mais do que pensamos.
percorro a parede da possibilidade.
em simultâneo, o útero do dia seguinte.
num novelo, as palavras irão comover a alegria,
a livre circulação das libélulas sob uma flor reactivada.
talvez, meu amor, ao milímetro, meçam as aves,
a água cinzelada de julho.
a busca microscópica do mundo
ou de um sub mundo inexplicável na cor que, ora começa.
mariagomes
22,maio.2005
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- mariagomes
- Podes entrar ; tenho as mãos para dizer o disperso canto das águas. Os meus olhos, alagados pelo grito das árvores, são lúcidos ao início do sol. Com o amor das coisas, rejubilo e lanço os braços a um rodopio doce e futuro, a uma tempestade humana. Tudo o que eu espero é sentir o elo da criação que se move, entre mim e ti, e a claridade. ____________mariagomes
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3 comentários:
Belo quadro, belo poema!
Pena que as cores deste magnífico quadro estejam deformadas pois, para mim, é talvez um dos melhores de Maria Helena.
talvez, sim, sejamos mesmo mais inacessíveis a nós mesmos do que gostaríamos de aceitar. talvez sejamos, também, mais inesgotáveis nas possibilidades de recriação. talvez... J.
em relação às cores do quadro de Maria Helena, nada a fazer, com muita pena, meus amigos,
o meu abraço e um beijo de agradecimento a todos,
maria
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