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Ah falso pensamento, que me enganas!
Fazes-me por a boca onde não devo,
Com palavras de doudo, e quase insanas!
Como alçar-te tão alto assi me atrevo?
Tais asas dou-tas eu, ou tu mas dás?
Levas-me tu a mim, ou eu te levo?
Não poderei eu ir onde tu vás?
Porém, pois ir não posso onde tu fores,
Quando fores, não tornes onde estás.
Luis Vaz de Camões
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"Aí reside a sua originalidade; aí está o seu mérito de ser um dos mais excepcionais poetas de todos os tempos. A sua grandeza existe e impõe-se por si própria, tanto mais consoladoramente quanto suportamos, de hoje em dia, a sensação ridícula de vivermos num país de notabilidades às dúzias, às grosas, às carradas, tantas são as figuras e os factos comemorados quotidianamente, com frequência quase horária ou uma culposa consciência de colocar um pouco de cevada no rabo do asno morto." (...)
Jorge de Sena

in " cadernos de poesia"
edição campo das letras
2 comentários:
Dois "Monstros" da nossa cultura.
Ambos iluminados.
Minha amiga, tomei a liberdade de a linkar no meu novo espaço. Espero que não se importe.
Um beijo
P.S. O "letras" continua a funcionar. Apenas fechei os comentários.
obrigada, zézinho!
mande-me, por favor o endereço do " letras", aqui ou em pvt julguei que o amigo o tivesse apagado. :-(
beijo
maria
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