"Abre a romã, mostrando a rubicunda Cor,com que tu, rubi, teu preço perdes; (...........)" Luis Vaz de Camões, Os Lusíadas,IX,59
domingo, junho 24, 2012
sábado, junho 23, 2012
quinta-feira, março 22, 2012
quarta-feira, fevereiro 08, 2012
terça-feira, fevereiro 07, 2012
segunda-feira, fevereiro 06, 2012
quarta-feira, fevereiro 01, 2012
sexta-feira, janeiro 27, 2012
quarta-feira, janeiro 25, 2012
domingo, janeiro 15, 2012
“Rôsinha
eu estar chatiado
não ir trabalhar.
Rôsinha
agente aôje vai amar.
_ Ouvi quirido
você sabe qui Chiquito
comeu manga verde
tem dor no barriga
agente aôje não vai amar.
Rôsinha
eli não vai chorar!
Eu vai comprar rimédio pra Chiquito
tu vai ver
eli ficar bom
eli ádi brincar.
Tira capulana Rôsinha
agente aôje vai amar!”
_____________________Calane da Silva
( n. Maputo, Moçambique 1945)
in “ dos meninos de Malanga”
domingo, janeiro 08, 2012
sexta-feira, janeiro 06, 2012
segunda-feira, janeiro 02, 2012
domingo, dezembro 18, 2011
sexta-feira, dezembro 09, 2011
quarta-feira, novembro 30, 2011
segunda-feira, novembro 28, 2011
Não sei porque me caem as lágrimas!
Nenhum luar rompeu, na noite, a ondulação,
nenhum pássaro colheu o âmago da madrugada,
em nenhum poema se escreveu a ilusão do novo.
Rente ao tempo das límpidas tulipas,
como chamar-te se o teu nome não pode ser escrito,
sem o encanto do poente e do mundo,
sem o destino do olhar e da sede...
Não sei porque me caem as lágrimas!
mariagomes
nov, 2011
domingo, novembro 27, 2011
segunda-feira, novembro 21, 2011
terça-feira, novembro 15, 2011
na tua boca, amor, a sede cresce conquistando a noite
na erosão dos nomes, na nudez das veias
e o fogo impõe-se ao pranto mortal
ao coração
na tua boca, o branco,
o branco através de tudo, amor,
através da alegria das árvores,
do vento
das superfícies ébrias,
das coisas
de um esplendor mais alto.
na tua boca, em repouso, amor, as searas,
as obsessivas searas,
e o mar sempre novo.
______________mariagomes
nov, 2011
sábado, novembro 12, 2011
sexta-feira, novembro 11, 2011
terça-feira, novembro 08, 2011
sexta-feira, novembro 04, 2011
quarta-feira, novembro 02, 2011
Lembrei-me do poema de Drummond intitulado "José", olhando para a delicada conjuntura política da Europa :
E agora MerkelSarkozi?
se os gregos sumirem
a noite esfriou
a festa acabou?
E agora MerkelSarkozi?
vossas doces palavras
vossa gula e jejum
vossa lavra de ouro?
Com a chave na mão
vocês querem abrir a porta
mas não existe porta...
Sozinhos no escuro
quais bichos do mato
sem teogonia
sem parede nua para se encostarem
sem cavalo que fuja a galope
vocês marcham MerkelSarkozi?
Para onde?
domingo, outubro 30, 2011
Nunca mais a falésia à hora do crepúsculo,
o mistério de um planeta íntimo, irredutível.
Nunca mais a exactidão do odor, o azul,
nem a cúpula ou o tumulto do deserto.
Nunca mais a terra, a espera, o reino dos teus lábios,
ou o prodígio das tuas mãos na transparente onda
que respira.
Nunca mais o limbo, a luz e o esplendor,
nem o rio, a raiva ou o amor...
Nunca mais a lágrima
nos dedos divinos, marítimos da canção distante,
e os sinos,
oh os sinos!..
___________________mariagomes
out, 2011
mergulho, agora, na clareira, na sua voz inatingível.
Depois da morte procuro a pureza que se prolonga na memória,
como um corpo que voou de mim.
Oh condição terrena, oh rota do pensamento, vejo, nitidamente
o mamilo solar que cicia a paisagem!...
O mar bramindo imana o olhar da eternidade.
___________________mariagomes
Out, 2011
Os meus olhos, alagados pelo grito das árvores,
são lúcidos ao início do sol.
Com o amor das coisas, rejubilo e lanço os braços
a um rodopio doce e futuro, a uma tempestade humana.
Tudo o que eu espero é sentir o elo da criação que se move,
entre mim e ti, e a claridade.
_______________________mariagomes
outubro de 2011
quarta-feira, outubro 19, 2011
segunda-feira, outubro 17, 2011
tu és a palavra que irriga a harmonia do azul, a respiração, seu jogo de luzes;
tu és a primavera destes lábios, a floração, o bater das asas na noite,
na doce voz da noite que se escuta a tecer as lágrimas.
________ mariagomes
benguela, 17 de Out, 2011
sexta-feira, setembro 30, 2011
sexta-feira, setembro 23, 2011
numa crepitação única, o sítio das aves,
a alma, o regresso ao mar,
o branco da noite...
quero o que ainda respira, indistinto,
quero uma falésia em flor,
o céu como uma promessa de sangue,
e finalmente, mãe,
as tuas mãos que ascendem às campânulas do amor!
mariagomes
23, Setembro 2011
quinta-feira, setembro 15, 2011
segunda-feira, setembro 12, 2011
sábado, setembro 10, 2011
sexta-feira, setembro 09, 2011
quinta-feira, setembro 08, 2011
Arvo Pärt
ser pássaro
abrir a mão à luz das borboletas
ao amor imenso
deixar correr o céu
ser flor e
asa
mariagomes
8 de Setembro de 2011
quinta-feira, julho 28, 2011
terça-feira, junho 28, 2011
quarta-feira, junho 15, 2011
sexta-feira, junho 03, 2011
sexta-feira, abril 15, 2011
domingo, fevereiro 13, 2011
terça-feira, fevereiro 01, 2011
quarta-feira, janeiro 26, 2011
segunda-feira, janeiro 24, 2011
sábado, janeiro 22, 2011
quinta-feira, janeiro 20, 2011
Podes levar meus olhos iluminados de lágrimas.
Transporta, por favor o amor aos rios e aos búzios, à solidão,
à sede construída.
Dá um beijo a minha mãe.
Diz-lhe que estou mais perto da luz, da noite,
mais perto de uma flor com o coração
em sangue,
sobre os flancos chorando.
Podes levar meus olhos iluminados de lágrimas,
eu atingi a dor dos poentes.
mariagomes
janeiro/2011
sexta-feira, novembro 26, 2010
segunda-feira, novembro 15, 2010
domingo, agosto 22, 2010
domingo, julho 11, 2010
Paul Claudel
(n. Villeneuve-sur-Fère-en-Tardenois 1868; m. Paris 1955)
sábado, maio 15, 2010
quarta-feira, maio 05, 2010
terça-feira, abril 27, 2010
ouvindo o verbo
Cravai, amigos,
abismos de espuma no meu peito,
numa embriaguez sem remédio.
Ide ao eco das algas,
ao labirinto dos ventos,
a janelas árduas, e
serenamente, afagai as trevas,
os sonhos leves,
vulcânicos,
porque me perdi, ouvindo
o verbo que atravessa a morte como um anjo vívido.
mariagomes
Abril, 2010
quinta-feira, abril 22, 2010
"Esta canção foi originalmente composta como um hino religioso por Enoch Sontonga, professor da missão metodista em Johannesburg, de etnia xhosa, em 1897. Em 1927 versos foram adicionados por Samuel E. Mqhayi, de etnia sesoto. Vista como um hino da luta contra o regime de segregação racial (apartheid), chegou a ser proibido sua execuçãopública por "exacerbar o nacionalismo bantu" indo contra a política oficial de desunir as tribos para dominá-las. Propositadamente cantada de modo tradicional e nas três línguas mais faladas pelos sul-africanos negros, se tornou a música símbolo da luta contra o racismo africano. É hoje parte do hino nacional da África do Sul e desde 1925 é hino do Congresso Nacional Africano."
domingo, março 21, 2010
quarta-feira, março 10, 2010
Não basta estender as mãos vazias para o corpo mutilado,
acariciar-lhe os cabelos e dizer: Bom dia, meu Amor. Parto
amanhã.
Não basta depor nos lábios inventados a frescura de um beijo
doce e leve e dizer: Fecharam-nos as portas. Mas espera
Não basta amar a superfície cómoda, ritual, exacta
nos contornos a que a mão se afeiçoa e dizer: A morte é o caminho.
Não basta olhar a Amante como um crime ou uma injúria e
apesar disso murmurar: Somos dois e exigimos.
Não basta encher de sonhos a mala de viagem, colocar-lhe as
etiquetas e afirmar: Procuro o esquecimento.
Não basta escutar, no silêncio da noite, a estranha voz distante,
entre ruídos de música e interferências aladas.
Não basta ser feliz.
Não basta a Primavera.
Não basta a solidão.
Daniel Filipe
in A invenção do amor e outros poemas,
Presença, colecção Forma, n.º1, 8.ª edição, 1994, pp. 43-44.
Entrevista a Roberto Fernandez Retamar
"Muchos piensan, apocalípticamente, que la poesía va a desaparecer, pues yo creo todo lo contrario, la poesía es cada vez más necesaria para el ser humano. Los poetas surgen por necesidad orgánica de la humanidad.
[...]
Roberto Fernandez Retamar
sábado, março 06, 2010
quinta-feira, fevereiro 25, 2010
"... le poéte est hors du langage, il voits les mots à l’envers, comme s’il n’appartenait pas à la conditions humaine et que, venant vers les homes, il recontrât d’abord la parole comme une barrier” Jean Paul Sartre
"… o poeta está fora da língua, vê as palavras ao contrário, como se não pertencesse à condição humana e, chegando junto dos homens, começasse por encontrar a palavra como uma barreira”
Jean Paul Sartre
trad. Alberto Pimenta
in " O silêncio dos Poetas"
Livros Cotovia
domingo, novembro 15, 2009
sábado, novembro 14, 2009
'Penso que podia modificar-me e viver com os animais,
eles são tão serenos e reservados,
quando me detenho a contemplá-los demoradamente,
alheios por condições e queixas e fadigas,
não estão acordados de noite a chorar os seus pecados
não me incomodam a discutir os seus deveres para com Deus,
nenhum está descontente, nenhum endoideceu
com a mania de possuir bens,
nenhum se ajoelha perante outro, nem perante
antepassados que viveram milhares de anos antes dele,
nenhum é respeitável ou infeliz perante o Universo inteiro. '
Walt Whitman
in "A conquista da felicidade", Bertrand Russel
Guimarães editores
terça-feira, outubro 06, 2009
La negra
"Mercedes Sosa (San Miguel de Tucumán, 9 de julho de 1935 — Buenos Aires, 4 de outubro de 2009) foi uma cantora argentina de grande apelo popular na América Latina. Com raízes na música folclórica argentina, ela se tornou uma das expoentes do movimento conhecido como Nueva canción. Apelidada de La Negra pelos fãs devido à ascendência amerindia (no exterior acreditava-se erroneamente que era devido a seus longos cabelos negros), ficou conhecida como a voz dos "sem voz".
in Wikipedia
sexta-feira, setembro 25, 2009
O Tormento de Deus ( Alain Bosquet)
Deus disse: "Se tal vos repugna,
não acrediteis em mim,
mas ficaria feliz
se encontrásseis algum encanto
num ou noutro ser da minha lavra:
o búzio, onde dorme a música,
o plátano, que cresce para lá das estrelas,
o mar, que diz cem vezes: "Eu sou o mar."
Sinto-me muito humilde:
o meu universo não é mais belo
do que um poema perdido."
Alain Bosquet
sexta-feira, setembro 04, 2009
6. Oh, Kimbela, a morte do teu marido
podes chorar todos os dias no cemitério apoiada nos serviços
das floristas! Não posso deixar de me inclinar perante
o teu vale de lamentações onde se afunda a tua última fantasia
e do baú cheio de pó tiras a foto mais antiga do liceu.
Olhas para trás das nossas vidas e tudo se pode medir
pelo número certo dos degraus das vossas auroras.
Tudo se encaixa, o Diabo não foi capaz de alterar a fartura
da oferta que o céu soltou para o teu regaço e até exiges
que toda a sanzala te ofereça um dia de romaria e de lágrimas….
mas a morte de tantos irmãos, Oh Kimbela!,
é a mais dura subtracção da minha vida porque é um veio
de sangue que se cortou e nos abre o fundo da existência
( há uma parte da pátria que se parte
dentro de mim e só posso ter em minhas mãos
os estilhaços mais inclementes)
para que nos encontremos com a nossa própria fraqueza
e a odiemos. E Deus- apesar de O termos como os únicos
ouvidos e olhos que descobrem os criminosos – não facilita
em dizer “ Venham por aqui” : assim poderíamos ter África
como se quer um tecto
sobre nossas
vidas.
Adriano Botelho de Vasconcelos
in Olímias, pag, 49
edição UEA ( União dos Escritores Angolanos) 2005
quarta-feira, agosto 26, 2009
Anibal Beça
À família enlutada o meu abraço de condolências.
Em homenagem a tão ilustre amigo, com saudade e porque as palavras me faltam nestes momentos derradeiros, deixo aqui uma estrofe do poema Licença Poética da autoria de Jota Jota Paes Loureiro
[...]
"Manda-me um verso depressa,
faz uma trova voar
e não me venhas com essa,
que estás de pernas pro ar..."
maria
terça-feira, agosto 25, 2009
Quero acabar entre rosas, porque as amei na infância.
Os crisântemos de depois, desfolhei-os a frio.
Falem pouco, devagar,
Que eu não oiça, sobretudo com o pensamento.
O que quis? Tenho as mãos vazias,
Crispadas flebilmente sobre a colcha longínqua.
O que pensei? Tenho a boca seca, abstracta.
O que vivi? Era tão bom dormir!
8-12-1931
Poesias de Álvaro de Campos. Fernando Pessoa. Lisboa: Ática, 1944 (imp. 1993). - 86.
domingo, agosto 23, 2009
sexta-feira, julho 24, 2009
A uma só voz
Alimento-me de raízes.
Desço ao fundo
pela corda da fome da saudade
e encosto-me à terra,
encontro todas as coisas
em todas as cores
ao som de todos os dialectos...
Vou ao fundo
e subo a todas as árvores
a todas as montanhas,
percorro desertos acústicos de paixão
onde ardem sublimes miragens:
são guitarras verdes
que se curvam à passagem do meu ouvir.
Moro aí
nessa linha indefinida da insónia e do sono,
onde o céu e a terra se costuram
onde o silêncio sustenta o levitar de pássaros.
Moro aí
onde não há céu e terra,
existo num pressentir.
Numa cadência.
No que há-de vir.
Em tudo o que foi
lapido o momento
num corpo que dança e
numa voz que te canta, Mãe-África!
mariagomes
Coimbra, 2002
in edição PD Literatura, 2002
quinta-feira, julho 23, 2009
domingo, julho 05, 2009
Vida
A mim foi negado tudo.
Até o absurdo.
22 de Junho de 2009
Rodrigo de Souza Leão
(n. Rio de Janeiro, 4 de Novembro de 1965, f. 1 de Julho de 2009)
segunda-feira, junho 29, 2009
quinta-feira, junho 25, 2009
domingo, junho 21, 2009
Babatunde Olatunji - Shango (Chant to the God of Thunder)
Babatunde Olatunji natural da Nigéria, um dos mais carismáticos precurssionistas africanos foi membro fundador do projecto Planet Drum ( faleceu a 6 de Abril de 2003)
Dele, digo: tinha as mãos de deus.
sexta-feira, junho 19, 2009
quarta-feira, junho 17, 2009
sexta-feira, junho 12, 2009
quinta-feira, junho 11, 2009
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- Podes entrar ; tenho as mãos para dizer o disperso canto das águas. Os meus olhos, alagados pelo grito das árvores, são lúcidos ao início do sol. Com o amor das coisas, rejubilo e lanço os braços a um rodopio doce e futuro, a uma tempestade humana. Tudo o que eu espero é sentir o elo da criação que se move, entre mim e ti, e a claridade. ____________mariagomes
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