sexta-feira, maio 13, 2005

Camões e Jorge de Sena...



...

Ah falso pensamento, que me enganas!
Fazes-me por a boca onde não devo,
Com palavras de doudo, e quase insanas!
Como alçar-te tão alto assi me atrevo?
Tais asas dou-tas eu, ou tu mas dás?
Levas-me tu a mim, ou eu te levo?
Não poderei eu ir onde tu vás?
Porém, pois ir não posso onde tu fores,
Quando fores, não tornes onde estás.

Luis Vaz de Camões

....

"Aí reside a sua originalidade; aí está o seu mérito de ser um dos mais excepcionais poetas de todos os tempos. A sua grandeza existe e impõe-se por si própria, tanto mais consoladoramente quanto suportamos, de hoje em dia, a sensação ridícula de vivermos num país de notabilidades às dúzias, às grosas, às carradas, tantas são as figuras e os factos comemorados quotidianamente, com frequência quase horária ou uma culposa consciência de colocar um pouco de cevada no rabo do asno morto." (...)

Jorge de Sena



in " cadernos de poesia"
edição campo das letras

2 comentários:

Anónimo disse...

Dois "Monstros" da nossa cultura.
Ambos iluminados.
Minha amiga, tomei a liberdade de a linkar no meu novo espaço. Espero que não se importe.
Um beijo
P.S. O "letras" continua a funcionar. Apenas fechei os comentários.

mariagomes disse...

obrigada, zézinho!
mande-me, por favor o endereço do " letras", aqui ou em pvt julguei que o amigo o tivesse apagado. :-(

beijo
maria

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Podes entrar ; tenho as mãos para dizer o disperso canto das águas. Os meus olhos, alagados pelo grito das árvores, são lúcidos ao início do sol. Com o amor das coisas, rejubilo e lanço os braços a um rodopio doce e futuro, a uma tempestade humana. Tudo o que eu espero é sentir o elo da criação que se move, entre mim e ti, e a claridade. ____________mariagomes
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