"Abre a romã, mostrando a rubicunda Cor,com que tu, rubi, teu preço perdes; (...........)" Luis Vaz de Camões, Os Lusíadas,IX,59
sexta-feira, setembro 30, 2011
sexta-feira, setembro 23, 2011
numa crepitação única, o sítio das aves,
a alma, o regresso ao mar,
o branco da noite...
quero o que ainda respira, indistinto,
quero uma falésia em flor,
o céu como uma promessa de sangue,
e finalmente, mãe,
as tuas mãos que ascendem às campânulas do amor!
mariagomes
23, Setembro 2011
quinta-feira, setembro 15, 2011
segunda-feira, setembro 12, 2011
sábado, setembro 10, 2011
sexta-feira, setembro 09, 2011
quinta-feira, setembro 08, 2011
Arvo Pärt
ser pássaro
abrir a mão à luz das borboletas
ao amor imenso
deixar correr o céu
ser flor e
asa
mariagomes
8 de Setembro de 2011
quinta-feira, julho 28, 2011
terça-feira, junho 28, 2011
quarta-feira, junho 15, 2011
sexta-feira, junho 03, 2011
sexta-feira, abril 15, 2011
domingo, fevereiro 13, 2011
terça-feira, fevereiro 01, 2011
quarta-feira, janeiro 26, 2011
segunda-feira, janeiro 24, 2011
sábado, janeiro 22, 2011
quinta-feira, janeiro 20, 2011
Podes levar meus olhos iluminados de lágrimas.
Transporta, por favor o amor aos rios e aos búzios, à solidão,
à sede construída.
Dá um beijo a minha mãe.
Diz-lhe que estou mais perto da luz, da noite,
mais perto de uma flor com o coração
em sangue,
sobre os flancos chorando.
Podes levar meus olhos iluminados de lágrimas,
eu atingi a dor dos poentes.
mariagomes
janeiro/2011
sexta-feira, novembro 26, 2010
segunda-feira, novembro 15, 2010
domingo, agosto 22, 2010
domingo, julho 11, 2010
Paul Claudel
(n. Villeneuve-sur-Fère-en-Tardenois 1868; m. Paris 1955)
sábado, maio 15, 2010
quarta-feira, maio 05, 2010
terça-feira, abril 27, 2010
ouvindo o verbo
Cravai, amigos,
abismos de espuma no meu peito,
numa embriaguez sem remédio.
Ide ao eco das algas,
ao labirinto dos ventos,
a janelas árduas, e
serenamente, afagai as trevas,
os sonhos leves,
vulcânicos,
porque me perdi, ouvindo
o verbo que atravessa a morte como um anjo vívido.
mariagomes
Abril, 2010
quinta-feira, abril 22, 2010
"Esta canção foi originalmente composta como um hino religioso por Enoch Sontonga, professor da missão metodista em Johannesburg, de etnia xhosa, em 1897. Em 1927 versos foram adicionados por Samuel E. Mqhayi, de etnia sesoto. Vista como um hino da luta contra o regime de segregação racial (apartheid), chegou a ser proibido sua execuçãopública por "exacerbar o nacionalismo bantu" indo contra a política oficial de desunir as tribos para dominá-las. Propositadamente cantada de modo tradicional e nas três línguas mais faladas pelos sul-africanos negros, se tornou a música símbolo da luta contra o racismo africano. É hoje parte do hino nacional da África do Sul e desde 1925 é hino do Congresso Nacional Africano."
domingo, março 21, 2010
quarta-feira, março 10, 2010
Não basta estender as mãos vazias para o corpo mutilado,
acariciar-lhe os cabelos e dizer: Bom dia, meu Amor. Parto
amanhã.
Não basta depor nos lábios inventados a frescura de um beijo
doce e leve e dizer: Fecharam-nos as portas. Mas espera
Não basta amar a superfície cómoda, ritual, exacta
nos contornos a que a mão se afeiçoa e dizer: A morte é o caminho.
Não basta olhar a Amante como um crime ou uma injúria e
apesar disso murmurar: Somos dois e exigimos.
Não basta encher de sonhos a mala de viagem, colocar-lhe as
etiquetas e afirmar: Procuro o esquecimento.
Não basta escutar, no silêncio da noite, a estranha voz distante,
entre ruídos de música e interferências aladas.
Não basta ser feliz.
Não basta a Primavera.
Não basta a solidão.
Daniel Filipe
in A invenção do amor e outros poemas,
Presença, colecção Forma, n.º1, 8.ª edição, 1994, pp. 43-44.
Entrevista a Roberto Fernandez Retamar
"Muchos piensan, apocalípticamente, que la poesía va a desaparecer, pues yo creo todo lo contrario, la poesía es cada vez más necesaria para el ser humano. Los poetas surgen por necesidad orgánica de la humanidad.
[...]
Roberto Fernandez Retamar
sábado, março 06, 2010
quinta-feira, fevereiro 25, 2010
"... le poéte est hors du langage, il voits les mots à l’envers, comme s’il n’appartenait pas à la conditions humaine et que, venant vers les homes, il recontrât d’abord la parole comme une barrier” Jean Paul Sartre
"… o poeta está fora da língua, vê as palavras ao contrário, como se não pertencesse à condição humana e, chegando junto dos homens, começasse por encontrar a palavra como uma barreira”
Jean Paul Sartre
trad. Alberto Pimenta
in " O silêncio dos Poetas"
Livros Cotovia
domingo, novembro 15, 2009
sábado, novembro 14, 2009
'Penso que podia modificar-me e viver com os animais,
eles são tão serenos e reservados,
quando me detenho a contemplá-los demoradamente,
alheios por condições e queixas e fadigas,
não estão acordados de noite a chorar os seus pecados
não me incomodam a discutir os seus deveres para com Deus,
nenhum está descontente, nenhum endoideceu
com a mania de possuir bens,
nenhum se ajoelha perante outro, nem perante
antepassados que viveram milhares de anos antes dele,
nenhum é respeitável ou infeliz perante o Universo inteiro. '
Walt Whitman
in "A conquista da felicidade", Bertrand Russel
Guimarães editores
terça-feira, outubro 06, 2009
La negra
"Mercedes Sosa (San Miguel de Tucumán, 9 de julho de 1935 — Buenos Aires, 4 de outubro de 2009) foi uma cantora argentina de grande apelo popular na América Latina. Com raízes na música folclórica argentina, ela se tornou uma das expoentes do movimento conhecido como Nueva canción. Apelidada de La Negra pelos fãs devido à ascendência amerindia (no exterior acreditava-se erroneamente que era devido a seus longos cabelos negros), ficou conhecida como a voz dos "sem voz".
in Wikipedia
sexta-feira, setembro 25, 2009
O Tormento de Deus ( Alain Bosquet)
Deus disse: "Se tal vos repugna,
não acrediteis em mim,
mas ficaria feliz
se encontrásseis algum encanto
num ou noutro ser da minha lavra:
o búzio, onde dorme a música,
o plátano, que cresce para lá das estrelas,
o mar, que diz cem vezes: "Eu sou o mar."
Sinto-me muito humilde:
o meu universo não é mais belo
do que um poema perdido."
Alain Bosquet
sexta-feira, setembro 04, 2009
6. Oh, Kimbela, a morte do teu marido
podes chorar todos os dias no cemitério apoiada nos serviços
das floristas! Não posso deixar de me inclinar perante
o teu vale de lamentações onde se afunda a tua última fantasia
e do baú cheio de pó tiras a foto mais antiga do liceu.
Olhas para trás das nossas vidas e tudo se pode medir
pelo número certo dos degraus das vossas auroras.
Tudo se encaixa, o Diabo não foi capaz de alterar a fartura
da oferta que o céu soltou para o teu regaço e até exiges
que toda a sanzala te ofereça um dia de romaria e de lágrimas….
mas a morte de tantos irmãos, Oh Kimbela!,
é a mais dura subtracção da minha vida porque é um veio
de sangue que se cortou e nos abre o fundo da existência
( há uma parte da pátria que se parte
dentro de mim e só posso ter em minhas mãos
os estilhaços mais inclementes)
para que nos encontremos com a nossa própria fraqueza
e a odiemos. E Deus- apesar de O termos como os únicos
ouvidos e olhos que descobrem os criminosos – não facilita
em dizer “ Venham por aqui” : assim poderíamos ter África
como se quer um tecto
sobre nossas
vidas.
Adriano Botelho de Vasconcelos
in Olímias, pag, 49
edição UEA ( União dos Escritores Angolanos) 2005
quarta-feira, agosto 26, 2009
Anibal Beça
À família enlutada o meu abraço de condolências.
Em homenagem a tão ilustre amigo, com saudade e porque as palavras me faltam nestes momentos derradeiros, deixo aqui uma estrofe do poema Licença Poética da autoria de Jota Jota Paes Loureiro
[...]
"Manda-me um verso depressa,
faz uma trova voar
e não me venhas com essa,
que estás de pernas pro ar..."
maria
terça-feira, agosto 25, 2009
Quero acabar entre rosas, porque as amei na infância.
Os crisântemos de depois, desfolhei-os a frio.
Falem pouco, devagar,
Que eu não oiça, sobretudo com o pensamento.
O que quis? Tenho as mãos vazias,
Crispadas flebilmente sobre a colcha longínqua.
O que pensei? Tenho a boca seca, abstracta.
O que vivi? Era tão bom dormir!
8-12-1931
Poesias de Álvaro de Campos. Fernando Pessoa. Lisboa: Ática, 1944 (imp. 1993). - 86.
domingo, agosto 23, 2009
sexta-feira, julho 24, 2009
A uma só voz
Alimento-me de raízes.
Desço ao fundo
pela corda da fome da saudade
e encosto-me à terra,
encontro todas as coisas
em todas as cores
ao som de todos os dialectos...
Vou ao fundo
e subo a todas as árvores
a todas as montanhas,
percorro desertos acústicos de paixão
onde ardem sublimes miragens:
são guitarras verdes
que se curvam à passagem do meu ouvir.
Moro aí
nessa linha indefinida da insónia e do sono,
onde o céu e a terra se costuram
onde o silêncio sustenta o levitar de pássaros.
Moro aí
onde não há céu e terra,
existo num pressentir.
Numa cadência.
No que há-de vir.
Em tudo o que foi
lapido o momento
num corpo que dança e
numa voz que te canta, Mãe-África!
mariagomes
Coimbra, 2002
in edição PD Literatura, 2002
quinta-feira, julho 23, 2009
domingo, julho 05, 2009
Vida
A mim foi negado tudo.
Até o absurdo.
22 de Junho de 2009
Rodrigo de Souza Leão
(n. Rio de Janeiro, 4 de Novembro de 1965, f. 1 de Julho de 2009)
segunda-feira, junho 29, 2009
quinta-feira, junho 25, 2009
domingo, junho 21, 2009
Babatunde Olatunji - Shango (Chant to the God of Thunder)
Babatunde Olatunji natural da Nigéria, um dos mais carismáticos precurssionistas africanos foi membro fundador do projecto Planet Drum ( faleceu a 6 de Abril de 2003)
Dele, digo: tinha as mãos de deus.
sexta-feira, junho 19, 2009
quarta-feira, junho 17, 2009
sexta-feira, junho 12, 2009
quinta-feira, junho 11, 2009
sexta-feira, maio 29, 2009
Juan Ramón Jiménez: La poesía, 1954
1
La poesía no es sucesiva, como la ciencia. Un poeta no continúa a otro poeta, sino que recrea, revive, aísla y cierra en sí mismo «toda» la poesía.
2
Un camino por donde, aunque uno sabe que no llegará nunca, va uno bien y seguro de que es el único y verdadero.
3
La poesía…, esta eyaculación –¡qué deleite!– del espíritu.
4
Si la poesía fuera, como algunos pretenden, una cosa precisa, inflexible, ríjida, suntuosa, llegaría a desprestijiarse entre sus dos hermanas: la pintura y la música. En la pintura, realista o romántica, el pintor fija el motivo de la naturaleza como es ella misma y lo divulga o lo fija a través de su alma, para que sea fuente de sensación.
La música es una evaporación de la vida; es también maleable, irisada y temblorosa; tesorera, podríamos llamarla. El arte no traduce, comenta. La palabra fija y concreta, como el color, como la nota, debe tender a la difusión, a la melodía, a algo que se evoque y que emocione y que, al fin, abra la fuente de nuestros sentimientos ideales.
5
NO PROFÉTICA
La poesía auténtica es siempre futura, nunca profética. Su profecía consiste precisamente en ser futura.
Y no se me diga que la poesía, futura en la espresión, puede soportar también una profecía; porque la poesía es «sólo» una unidad completa.
(Quien puede ser profético es el poeta. Pero eso es otro asunto. Y se trata en prosa hablada.)
6
ESA CHISPA
La poesía nos la trae todo el existir diario que rodea nuestro diario existir; y la hace saltar, buena chispa, el roce o el choque de las existencias encontradas. Pero, en sí, la poesía, es decir, lo que salta y lo que ilumina esa chispa a nuestra espresión no es más que lo absoluto.
7
La poesía inferior gana declamada, aumentada a los oídos, no vista. La superior pierde así; gana leída en silencio con los ojos.
8
LA SANGRE VERDE
La poesía no se renueva gritando a las señoras asustadas o crédulas que la sangre es verde; sino sorprendiendo las ideas esenciales que esa sangre, más verde o más roja, riega, fecunda y exalta.
9
COMO ESENCIA
Poesía, una sustancia que alimenta como esencia.
10
Lo objetivo –que varía en cada país– no puede ser universal. Sólo es universal el alma del hombre. Así, la poesía subjetiva es la única que llena el universo.
11
Poesía, instinto cultivado.
12
La poesía, principio y fin de todo, es indefinible. Si se pudiera definir, su definidor sería el dueño de su secreto, el dueño de ella, el verdadero, el único dios posible. Y el secreto de la poesía no lo ha sabido, no lo sabe, no lo sabrá nunca nadie, ni la poesía admite dios. Por fortuna, para Dios y para los poetas.
13
El estreno de la poesía es influir superiormente sobre el mismo poeta que la ha escrito en instantes de su ser superior; hacer de un hombre divinizado un dios frecuente.
14
La conquista de la poesía es como la del amor, que nunca sabremos si su secreto es nuestro, y contamos para siempre con la belleza y la fuerza de esa duda.
15
Sólo la creación vence el ruido de la Creación.
16
Poesía metafísica no filosófica.
17
Poesía pura no es poesía casta, sino poesía esencial.
y 18
No hay poeta más puro, es decir, auténtico, que el poeta fatal.
Juan Ramón Jiménez
(Huelva, 1881-SanJuan de Puerto Rico, 1958)
in Estética y ética estética (aforismos, 1907-1954), 1967
segunda-feira, abril 27, 2009
quinta-feira, abril 16, 2009
terça-feira, abril 14, 2009
segunda-feira, abril 13, 2009
sábado, abril 11, 2009
quinta-feira, abril 02, 2009
Quando Diamanda Galás passou por Portugal, em 2005, Walter Hugo Mãe escreveu:
"ia jurar que, semicerrando os olhos, se podia ver fumo negro saindo da sua boca. um fumo rápido, atarefado com dispersar-se por toda a sala. parecia que nos imergia nos seus misteriosos ofícios. com o tempo, tudo pode acontecer a quem lá esteve"
Repito o que já havia escrito no meu site do multiply : realmente,tudo pode acontecer a quem a ouve!
Uma chamada de atenção para o poeta, periodista e crítico literário salvadoreño Miguel Huezo Mixco, autor deste poderoso poema:
Si la muerte viene y pregunta por mi
haga el favor
de decirle que vuelva mañana
que todavia no he cancelado mis deudas
ni he terminado un poema
ni me he despedido de nadie
ni he ordenado mi ropa para el viaje
ni he llevado a su destino el encargo ajeno
ni he echado llave en mis gavetas
ni he dicho lo que debia decir a los amigos
ni he sentido el olor de la rosa que no ha nacido
ni he desenterrado mis raices
ni he escrito una carta pendiente
que si siquiera me he lavado las manos
ni he conocido un hijo
ni he empredido caminatas en paises desconocidos
ni conozco los siete velos del mar
ni la canción del marino
Si la muerte viniera
diga por favor que estoy entendido
y que me haga una espera
que no he dado a mi novia ni un beso de despedida
que no he repartido mi mano con las de mi familia
ni he desempolvado los libros
ni he silbado la canción preferida
ni me he reconciliado con los enemigos
digale que no he probado el suicidio
ni he visto libre a mi gente
digale si viene que vuelva mañana
que no es que le tema pero ni siquiera
he empezado a andar el camino.
domingo, março 29, 2009
segunda-feira, março 23, 2009
sexta-feira, março 13, 2009
sexta-feira, março 06, 2009
quarta-feira, março 04, 2009
quinta-feira, fevereiro 26, 2009
quarta-feira, fevereiro 18, 2009
segunda-feira, fevereiro 16, 2009
sábado, fevereiro 14, 2009
terça-feira, fevereiro 10, 2009
Quem administra um blogue de poesia , sabe como isto, às vezes, funciona, ou deve funcionar: uma imagem fundamenta um poema, uma poema uma imagem, uma palavra um poema, uma música um poema ou uma palavra... e por aí vamos.
O vídeo “cinco dias > stand by me….” aqui exibido, o que mais prazer me deu ver ouvir e publicar, pediu este poema de Fernando Couto que poderia muito bem ter sido dirigido a qualquer uma daquelas belíssimas vozes que, espero não tenham caído, de novo e definitivamente, no anonimato.
mariagomes
Pergunta a Paul Roberson
Que rios te correm na voz
Paul Roberson 1 ?
Que marulhantes graves e longos
rios é o teu canto
Paul Roberson?
É o Congo ou é o Mississipi
com manchas de sangue indissoluto?
Ou são os afrontosos rios
da humilhação impotente
Paul Roberson?
Ou é o Nilo ou o Missouri
cavando às cegas o leito
nas terras da hostilidade?
Ou será a mágoa sem fundo nem tempo
náufraga sem morte dos barcos de negreiros
soluçando nos campos de algodão
dos diversos estados da Carolina do Sul
Paul Roberson?
Ou será a incomparável curva doida do Niger
rompendo o caminho do mar?
Ou será apenas o lento pesado arrastar dos pés
dos teus irmãos de raça
Paul Roberson
rompendo o caminho do mar?
1 Cantor de blues norte-americano
Fernando Couto
In Poetas de Moçambique
**Fernando Leite Couto nasceu em 1924 em Rio Tinto Portugal. Jornalista, pai do escritor Mia Couto reside actualmente em Maputo onde é responsável pela editora Ndjira.
Bibliografia
Poesia – Poemas junto à fronteira ( 1959); Jangada do Inconformismo (1962), O Amor Diurno( 1962) , Ficções para um retrato ( 1971); Monódia (1997) e Os Olhos Deslumbrados (2001)
segunda-feira, fevereiro 09, 2009
entrevista de Juan Gelman, 2008
Juan Gelman
( clique no título)
domingo, fevereiro 08, 2009
sábado, fevereiro 07, 2009
sexta-feira, fevereiro 06, 2009
quinta-feira, fevereiro 05, 2009
segunda-feira, fevereiro 02, 2009
sábado, janeiro 31, 2009
Respondendo ao repto que me foi lançado por Ana Cecília do blogue Casulo Temporário transcrevo a 6ª linha, na página 161, de uma antologia de poesia moçambicana do poema “ Deixa passar o meu povo” de Noémia de Sousa. Posteriormente alinhavei uns versos.
Convido, agora, para esta ciranda o Fred Matos, a Gabriela Gouveia, o José Ribeiro Marto e o Henrique Pimenta. Leiam a 6ª linha da página 161 do livro que esteja mais próximo de vós transcrevam-na e… escrevam.
“abro-me e deixo-me embalar…”(1)
pela saudade da clareira que acende o meu povo
naquele oriente vago profuso
impelindo a noite que lhe lavou o rosto
e refulge
num suave ramo lunar
mariagomes
(1) Noémia de Sousa
sexta-feira, janeiro 30, 2009
sábado, janeiro 24, 2009
domingo, janeiro 18, 2009
terça-feira, janeiro 13, 2009
domingo, janeiro 11, 2009
sábado, janeiro 10, 2009
não há poesia
Não me quero alongar em mera retórica, pretendo somente a concisão de uma consciência poética (a minha) num tema, num tempo tão explosivo quanto este : ‘ Poesia, Poeta e Poema’.
Se não há poesia, onde se projecta o poeta e o poema? Em que dimensão habita o sopro? Tocará ele, como afirma T.S Eliot, ‘a orla daqueles sentimentos que só a música pode expressar’?
Essa orla, essa fronteira, puramente sensível, puramente primeira, imaterial amplia-se entre o antes e o depois como o crisol ardente da emoção criadora
__e concomitante roda 'no selim da infância '(1) entre a natureza e o espírito devorador do significante e do significado de que se apropria, com a insígnia da voz.
E esse ‘ser primitivo‘, que é o poeta (como definiu Eugénio de Andrade) integra-se numa relação íntima, sucedâneo de um cosmos que se nos diz ‘num pequeno mundo cheio de amor.’ (2)
Talvez a poesia ande num pequeno mundo cheio de amor! e seja na noite, aquela ondulação que contagia o corpo e submerge o mar, que o mar ainda é a matéria de migrantes missivas
__e a poesia, o invisível.
Eu não vejo a poesia. Vislumbro um lugar 'onde ninguém pode poisar a cabeça' (3), onde a palavra se faz coisa: átomo, grito, canto, grifo do silêncio… manifestação do mundo recriando o mundo, arremesso da pupila deslocando o azul do sol
__e o sortilégio do infinito que estanca o rosáceo sangue de um austro.
Eu não vejo a poesia. Vislumbro os levantes, a luz das densas falésias na oferenda das mãos que recolhem a cidade real, e perguntam:
__Onde vive a poesia?
Não sei!... Isto só ao verbo é permitido responder, ao tecido dos homens, ao que 'apartado nele nos seja presente' (4)
Eu admito, apenas, que viceja na alfaia de um ovo, na espiga de um lírio, ou na meda de um cântico ungido.
...
não sei, meus amigos, o que fazer da minha poesia.
o que fazer do que antecede, do que digo.
do que é excessivo, às vezes, como uma lâmpada alegre.
estou presa num poema.
estou prestes a explodir em espuma.
procuro um lugar…. os olhos, a parede…
vou pendurar a minha poesia nos olhos da parede.
vai escorrer pela cal húmida
vai desfazer as mãos redondas das lágrimas.
depois, quando não mais houver, sem o olhar,
sento-me num degrau qualquer de magnólias,
e acaricio-as como se ali nascesse o mar.**
mariagomes
III Bienal de Poesia, em Silves, abril de 2008
1) Ruy Duarte de Carvalho in Lavra , “poesia reunida’
2) Ruy Belo,p.81 cap- ‘ particular configuração da palavra arte, Na Senda da Poesia’
3)Ruy Belo, “ Na senda da Poesia
4) Léon L. de, op cit., p.399. in cap ‘-particular configuração da palavra arte, Na Senda da Poesia’, Ruy Belo
**Maria Gomes ' o lugar da poesia' a José A. Gonçalves in memoriam
e a José Félix
Diegos Jesús Jiménez
“El verdadero poeta lo que hace es intentar extraer la poesía de la realidad, no verter poesía sobre la realidad porque lo que se hace es una poesía literaria. Hay que mirar la vida con ojo poético. Embadurnar con poesía la realidad es muy fácil, lo hace cualquiera con lecturas y un poco de sensibilidad. El camino contrario, extraer poesía de la realidad es lo complicado.” […]
Diego Jesús Jiménez
Entrevista, 2008
in Artes Poéticas
sexta-feira, janeiro 09, 2009
quarta-feira, janeiro 07, 2009
terça-feira, janeiro 06, 2009
segunda-feira, janeiro 05, 2009
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- Podes entrar ; tenho as mãos para dizer o disperso canto das águas. Os meus olhos, alagados pelo grito das árvores, são lúcidos ao início do sol. Com o amor das coisas, rejubilo e lanço os braços a um rodopio doce e futuro, a uma tempestade humana. Tudo o que eu espero é sentir o elo da criação que se move, entre mim e ti, e a claridade. ____________mariagomes
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